domingo, dezembro 12, 2010
PSYCH – DUAL SPIRES
Não tenho o costume de ver episódios soltos de séries. Ou eu vejo a série inteira - ou pelo menos uma temporada inteira - ou não vejo nada. Mas sempre há exceções. Como quando eu fiz questão de ver o episódio dirigido por Quentin Tarantino para C.S.I. E como resistir à tentação de rever parte do elenco de TWIN PEAKS num episódio que a turma de PSYCH fez em homenagem aos vinte anos da série que mudou a televisão americana?
Antes de mais nada, é bom avisar que eu nunca havia visto PSYCH. Não sabia que era uma série de comédia e obviamente não tenho a menor intimidade com os personagens para me sentir à vontade com o senso de humor deles. Mas também não chega a ser uma série tão fechada a quem acompanha desde o início. Mas DUAL SPIRES (2010), o episódio de número 12 da quinta temporada da série, é especial. Até os créditos iniciais brincam com TWIN PEAKS, com a participação de Julee Cruise cantando com todo aquele jeitão misterioso próprio da série de David Lynch e Mark Frost.
Os atores de TWIN PEAKS que participam como convidados especiais são Dana Ashbrook (o Bobby, que aqui é um atendente de lanchonete); Sheryl Lee (a eterna Laura Palmer, que aqui é uma médica legista); Sherilyn Fenn (a Audrey, no papel de uma bibliotecária); Ray Wise (o pai de Laura, que faz o papel de um padre); Robyn Lively (Lana, uma personagem pouco expressiva da série, no papel da esposa de Bob); Lenny Von Dohlen (Harold, outro coadjuvante pouco lembrado, no papel do xerife); e Catherine E. Coulson, mais conhecida como "a senhora do tronco".
É ao mesmo tempo curioso e triste ver o que esses vinte anos causaram nos rostos dos personagens, principalmente em Sheryl Lee e Sherilyn Fenn, que há vinte anos estavam no auge da beleza e por mais que tenham feito uns filmes interessantes nunca conseguiram emplacar no primeiro escalão de Hollywood. Se bem que o efeito do tempo até que não foi tão cruel com Sherilyn, que não exibe rugas.
A trama é uma paródia de TWIN PEAKS, com direito a uma menina sendo encontrada morta enrolada num plástico, como Laura Palmer, e todo aquele arroubo dramático, que aqui vira comédia. Um dos protagonistas tem dons psíquicos e os utiliza para solucionar os mistérios. Interessante a utilização da música como tema para alguns personagens, imitando Angelo Badalamenti. E há detalhes que poderiam ser esquecidos mas que são homenageados, como um dos rapazes latindo como Bobby na cadeia num dos episódios-chave da série original. Infelizmente, a brincadeira toda se mostra sem muita graça e o resultado é bem abaixo do esperado. Mas valeu a intenção.
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