sábado, dezembro 25, 2010

EM TERAPIA – A TERCEIRA TEMPORADA COMPLETA (In Treatment – The Complete Third Season)



Se eu fiquei desapontado com a insossa segunda temporada de IN TREATMENT (coloco o título nacional na parte superior porque assim a nomearam na HBO brasileira, mas prefiro tratar a série pelo título original), esta terceira (2010) me agradou bem mais. Ter a presença radiante de Debra Winger, no papel de Frances, uma das pacientes do Dr. Paul Weston (Gabriel Byrne), já é um baita de um incentivo para eu continuar vendo a série, que tem diminuído cada vez mais o número de episódios por temporada – a primeira teve 43, a segunda, 35 e esta terceira, apenas 28.

O primeiro episódio apresenta Sunil, um indiano que inicia o tratamento meio que empurrado pelo seu filho e sua nora. A princípio, eu não gostei muito do personagem, mas aos poucos ele se torna o mais importante da temporada. Até porque ele é completamente diferente de qualquer outro paciente que já passou pelo consultório de Paul. Cheio de mistérios, é um homem que a cada sessão vai se mostrando cada vez mais interessante. Suas sessões são as que mais têm pausas e silêncios.

Já Frances é o oposto: uma personagem que começa muito bem, mas que vai perdendo um pouco da força no decorrer da temporada. Nos primeiros episódios Debra Winger parecia dar mais de si na interpretação. E como ela ainda continua bela depois dos cinquenta, hein. Frances é uma atriz que está tendo basicamente dois problemas: está esquecendo as falas durante a peça e tem uma irmã que está com câncer em fase terminal. Some-se a isso o fato de ser desprezada pela filha adolescente.

O terceiro paciente é novamente um garoto. Jesse é um garoto gay que já está há algum tempo falando de seus problemas para Paul. São basicamente problemas ligados aos pais e a sua sexualidade. Nada assim de muito especial, mas a interpretação de Dane DeHaan no papel do garoto faz a diferença. As sessões são bem intensas. Até porque o garoto não é nada calmo.

Quanto a Paul, ele deixa de visitar Gina e procura outra terapeuta, Adele (Amy Ryan). Ainda bem, pois eu não aguentava mais a cara de coruja da Dianne Wiest. E se na primeira e na segunda temporadas havia duas pacientes apaixonadas por Paul, agora é a vez de ele provar desse fel. Mas isso é o menor dos problemas de Paul, que está com suspeita de estar com o Mal de Parkinson e cada vez mais infeliz e sozinho, ainda que esteja com uma namorada.

Paul é mais uma vez o protagonista trágico. Um homem que chegou aos 57 anos e está completamente perdido. Desencantado cada vez mais com o seu trabalho e questionando a própria capacidade de ajudar as pessoas, ele se encontra num inferno astral que parece não ter fim. Um dos recursos que essa temporada mais explicitou para tornar alguns momentos mais intensos foi o uso do close-up ainda mais acentuado, com o rosto de Paul preenchendo toda a tela. Isso acontece mais nos episódios com Sunil. Como é possivelmente a despedida de Gabriel Byrne para a série, ele deu mais de si, principalmente nos episódios finais. Faltaram lágrimas, mas deu pra sentir algo como um buraco no coração em vários momentos. Parabéns a Paris Barclay e sua equipe. Eles conseguiram manter a série, mesmo com a saída de Rodrigo Garcia.

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