sexta-feira, dezembro 24, 2010

72 HORAS (The Next Three Days)



E Paul Haggis está de volta à cadeira de diretor. Já não mais tão odiado como na época de CRASH – NO LIMITE (2005), já que seu drama de pós-guerra do Iraque NO VALE DAS SOMBRAS (2007) até que foi bem recebido, embora não exatamente ovacionado. 72 HORAS (2010) não é um filme tão sóbrio quanto o anterior, já que Haggis não hesita em usar clichês tanto de melodramas quanto de filmes de suspense. É a história de um homem que planeja tirar a esposa da prisão. Lembra PRISON BREAK, nesse sentido, mas Russell Crowe não é nenhum supergênio, como na série, mas um homem comum, um professor de Literatura, que precisa agir como um fora da lei.

Na trama, Elizabeth Banks é Laura, uma mulher que tem um casamento feliz e um filho que a ama, embora o menino pareça, desde o início, ter mais carinho pelo pai (Russell Crowe). Ela tira fotos da família todos os dias pela manhã, para registrar o crescimento do filho. Está tudo muito bom, está tudo muito bem, até que a polícia invade a casa deles e leva a mulher à força, acusada de homicídio premeditado. Ela teria matado a própria chefe com um extintor de incêndio. Não fica claro se ela é culpada ou inocente, mas o importante é que o marido acredita em sua inocência e depois que ela tenta suicídio, ele começa a agir, procurando a ajuda, por exemplo, de um ex-presidiário (Liam Neeson), que lhe ajuda a montar seu plano, contando a ele vários detalhes de como fugir da cidade, do estado e do país, já que, segundo ele, a polícia de Pittsburgh é uma das melhores dos Estados Unidos.

O filme "ensina" outros crimes também, como fazer uma chave que sirva para qualquer fechadura ou arrombar um carro usando uma bola de tênis. Aliás, não é o filme que faz isso, onde personagem de Crowe pesquisa tudo. E não deixa de ser interessante ver esse tipo de coisa num filme hollywoodiano, por mais que no final, o filme se torne um pouco mais politicamente correto. O fato é que a televisão tem sido mais ousada do que o cinema em muitos aspectos – vide séries como BREAKING BAD e DEXTER -, mas pelo visto vai continuar sendo assim por algum tempo.

No entanto, isso não diminui o valor de 72 HORAS, que funciona muito bem, tanto no começo, dramático, com um ritmo um pouco mais lento para mostrar o estrago que a prisão fez na vida daquela família, quanto, principalmente, quando se transforma num thriller de deixar o espectador se segurando na cadeira. Um bom exemplo da tensão registrada é a cena em que o personagem de Crowe rouba traficantes de drogas para conseguir dinheiro. Sem falar em toda a expectativa de como ele vai conseguir tirar a mulher da cadeia, que também desperta muito interesse. É um filme que tem os seus problemas, mas que está acima da média dos exemplares do gênero.

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