terça-feira, outubro 21, 2008

CORRIDA MORTAL (Death Race)



E continua a fase de vacas magras no circuitão. É sempre assim nos meses que antecedem as mostras internacionais do Rio e de São Paulo. Há perspectivas de melhoras a partir de novembro. Enquanto isso, a gente vai aturando, com alguma boa vontade, filmes como este CORRIDA MORTAL (2008), de Paul W.S. Anderson, livremente baseado no filme B CORRIDA DA MORTE – ANO 2000 (1975). Uma das qualidades deste novo exemplar é que há mais dinheiro para quebrar mais carros e explodir mais coisas.

Até que eu gosto de cenas de batidas de carro. Mas eu prefiro aquelas que pegam a gente de surpresa, que geralmente acontecem em filmes de horror. Do jeito que elas são mostradas em CORRIDA MORTAL, com o tempo vai ficando tudo banal, muito barulho por nada. Um dos aspectos interessantes do filme é mostrar os Estados Unidos no futuro, passando por uma crise braba, como se o país tivesse voltado aos tempos da Grande Depressão e onde as redes de televisão aproveitam para angariar fundos com os torneios sangrentos realizados, já que as prisões passaram a ser gerenciadas por empresas privadas. Nesses torneios, os pilotos têm toda a liberdade, aliás, têm o dever, de bater no carro do outro e a morte faz parte do espetáculo. Nesse sentido, o filme é quase profético, em tempos de bancos americanos quebrando, bolsas de valores em queda vertiginosa e redes de televisão cada vez mais desesperadas com os downloads de séries e conseqüentes quedas de audiência.

Nesse cenário, sem perder muito tempo, o prólogo mostra, em poucos minutos, a dificuldade financeira do personagem de Jason Stathan, quando, ao levar os poucos trocados que ganha para casa, tem sua esposa assassinada e é levado como culpado para uma penitenciária. Como ele já foi um piloto de corridas famoso no passado, o fato de ele substituir o mascarado Frankenstein faz com que ele suspeite de que ele está ali no presídio por intervenção da diretora, interpretada por Joan Allen, a grande vilã do filme. A corrida é dividida em três etapas, como num videogame, e os corredores dirigem ao lado de co-pilotos, em sua maioria, mulheres gostosas com trajes que valorizam os decotes, que serve como maneira de o filme se tornar mais apelativo para a platéia masculina. Pena que a adrenalina não corra solta no filme, que é esquecido rapidinho assim que saímos do cinema. Por enquanto, os melhores da curta filmografia de Paul W.S. Anderson continuam sendo RESIDENT EVIL: HÓSPEDE MALDITO (2002) e O ENIGMA DO HORIZONTE (1997).

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