sexta-feira, junho 03, 2005

REFÉM (Hostage)

 

Engraçado quando a gente vai ao cinema ver um filme com pouca repercussão por parte da crítica - e esnobado por outra parte - e dá de cara com um filmaço. Dos amigos blogueiros, que eu lembre, só o Dr. Igor comentou positivamente sobre o filme. REFÉM (2005) é um espetáculo. Desde os créditos iniciais, o filme é um raro prazer no meio de tantas fitas policiais mornas, que perdem feio para seriados de tv como 24 HORAS ou THE SHIELD. Felizmente tive sorte, pois o filme permaneceu um bom tempo em cartaz e ainda permanece por pelo menos mais uma semana. Sinal de que as pessoas estão indo ver e talvez esteja havendo até uma propaganda boca-a-boca do público. Eu já estou fazendo a minha parte e recomendando a todo mundo. 

E eu que já estava achando que os franceses não davam sorte em Hollywood, vide os trabalhos de Pitof (MULHER-GATO) e Jean-François Richet (ASSALTO À 13ª D.P.), ainda que eu não tenha desgostado de nenhum desses dois filmes . E ainda estou ansioso pra ver a estréia de Alexandre Aja nos EUA com a refilmagem de QUADRILHA DE SÁDICOS, mas isso vai ser só no ano que vem, então vamos com calma. 

Enquanto me maravilhava com os créditos criativos, os travellings, as tomadas aéreas e a excelente capacidade de criar suspense e tensão do filme, eu me perguntava: quem é esse Florent Emilio Siri, esse cineasta de nome engraçado? O que é aquela citação à Virgem Maria no final do filme? Esse filme tem alguma coisa em comum com os trabalhos que ele fez na França? Ainda não sei as respostas, mas sei que Siri foi convidado pelo próprio Bruce Willis para dirigir REFÉM, depois de o ator ter se entusiasmado com um de seus filmes - talvez NID DE GUÊPES (2002), thriller de ação realizado na França e que nos EUA ganhou o título de THE NEST. 

Na trama de REFÉM, Willis é um policial especializado em negociar com seqüestradores. O prólogo já dá uma amostra do que virá a seguir, apresentando uma negociação que dá errado. Depois de eu já ter roído todas as minhas unhas logo no começo do filme, encontramos com Willis um ano depois, trabalhando, dessa vez, numa cidadezinha do interior. Onde menos se espera que vá haver algo parecido com os seqüestros de Los Angeles, um grupo de adolescentes encrenqueiros invade a mansão de um ricaço local. A partir do momento que eles entram na casa, as coisas vão se omplicando cada vez mais. Uma reviravolta digna de episódios de 24 HORAS - e que até pode irritar a quem prefere filmes mais verossímeis - fará com que Willis tenha que negociar diretamente com os garotos que mantêm como refém o dono da casa e seus dois filhos, uma moça e um garotinho. 

O barato do filme é que em alguns momentos ele se confunde com um filme de terror, desses de psicopata correndo atrás de pessoas indefesas, com direito, inclusive, a algumas cenas de violência gráfica. O elenco de apoio está ótimo, especialmente Ben Foster, que faz o psicopata Mars, e o garotinho Jimmy Bennet, que faz o filho do milionário. O garoto é espertíssimo e é difícil não simpatizar com o moleque. Pra coisa ficar em família, Bruce Willis, como produtor do filme, arranjou um jeito de colocar sua filha, Rummer Willis, no filme, no papel de filha dele. Mas o papel dela é pequeno. Quanto ao astro, desde CORPO FECHADO (2000), do Shyamalan, que ele não fazia um filme tão legal.

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