sexta-feira, janeiro 03, 2003

TRÊS FILMES

Comento a seguir três dos últimos filmes que vi no finalzinho de 2002:

O SENHOR DOS ANÉIS: AS DUAS TORRES (The Lord of the Rings: The Two Towers)

Ainda que eu prefira o primeiro, AS DUAS TORRES é uma continuação excelente do primeiro filme. O começo do filme é genial, mostrando Gandalf lutando contra o Balrog, sendo que isso aparece como sonho de Frodo, agora no caminho com Sam para destruir o Um Anel. O astro do filme é mesmo Gollum, o mostrengo que percegue os dois hobbits. O personagem teve a sua personalidade esquizofrênica bem delineada e até cogita-se do ator ser indicado ao Oscar pela ótima performance. Com a sociedade dividida, os outros dois hobbits são sequestrados pelos orcs, e Aragorn, Legolas e Gimli vão ao seu resgate. Outro destaque do filme e que acabou o deixando com um aspecto mais trash são os ents, criaturas meio homem/ meio árvore, que habitam uma floresta. Os ents é o lado mais explicitamente ecológico da obra de Tolkien. Continuo achando que quem leu os livros com certeza vai continuar se divertindo mais do que quem não leu. É ótimo esperar como determinada cena vai ser materializada no filme. Algumas situações foram modificadas, como a intervenção dos ents na torre de Saruman, o lado mais vilanesco de Faramir e a decisão por deixar a cena da Laracna para o início do próximo filme. No livro AS DUAS TORRES, o final é bem mais dramático por conta dessa cena, com Sam e Frodo numa situação complicadíssima. Por falar em Sam, continua o lance meio gay entre eles. O público não deixa passar quando Sam diz a Frodo: "Sou eu, sr. Frodo, o seu Sam." A batalha no abismo de Helm foi muito bem feita, mas faltou sangue, faltou mais realismo. A cena ficou muito limpinha por causa dos efeitos de computador. Mas isso não chega a comprometer o filme, que tem um ritmo bem mais fluido do que o primeiro, apesar da apresentação de novos personagens. Agora é esperar pelo RETORNO DO REI (Aragorn) no final de 2003.

ESTRANHO ENCONTRO

Quando eu fui na última sexta-feira pra locadora e vi que tinha um filme do Khouri que eu ainda não tinha visto eu não pensei duas vezes e peguei a fitinha. A imagem e o som não estão lá essas coisas, mas depois que a gente esquece esse detalhe, dá pra curtir o filme que é uma beleza. Esse é de 1958 e é dos tempos da Vera Cruz. Realmente a gente sente um pouco como se estivesse vendo filme americano, diferente dos filmes posteriores mais influenciados por europeus (Antonioni e Bergman). Apesar disso, ESTRANHO ENCONTRO é excelente. A gente tem uma sensação de que tá vendo cinema noir americano da década de 40. O que não é um problema. Às vezes a gente tem impressão que tá vendo um filme do Otto Preminger ou do Nicholas Ray. Na história, mulher misteriosa aborda homem na estrada. Ele a leva para a sua casa e a esconde da esposa e dos empregados da casa. Um misto de suspense e história de amor. Uma prova de que Khouri já era fodão já no início da carreira.

A CASA ASSASSINADA

Na mesma seção de filmes nacionais, essa fita de Paulo César Saraceni me chamou a atenção. Esse filme, de 1971, tá com um som de péssima qualidade. Mal dá pra ouvir o que os atores falam, sem falar na telecinagem, que às vezes mostrava só as mãos de duas pessoas falando. Outro problema é que com meia-hora de filme eu não tava entendendo nada. Aí, dei uma paradinha, entrei na internet e vi uma pequena sinopse do filme. Muito doido, por sinal. No filme, Norma Bengell é uma mulher que vai morar numa casa no interior de Minas Gerais depois de casar. Na casa, há também o irmão enciumado de seu marido, um sujeito que passa o dia trancado no quarto bebendo vinho e vestido de mulher e mais gente pirada. Êta filminho mais chato! Quando eu fui pegar a fita, a moça da locadora me falou: "é dublado". Eu falei: "ora, mas é brasileiro..." Heheheh.. O importante é que com esse filme não dá pra rotular Saraceni de diretor difícil. Tinha visto antes apenas NATAL DA PORTELA (que gostei muito), quando o FestRio veio pra Fortaleza (!!!) em 1989 (ou 1990?) e ele tem uma estrutura bem mais clássica e apolínea.

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