quinta-feira, janeiro 23, 2003

HALLSTROM E DUKE

Eu estou com uma preguiça daquelas. Não sei se é preguiça ou se é febre. Estou resolvendo aos poucos os problemas da semana, mas ainda deixei, como sou irresponsável, o mais chato dos problemas pra amanhã. Hoje só quero ir pra casa, dormir ou ver um outro Hitchcock, ou ver U2 ou Smashing Pumpkins, no DVD, com faixas de comentário. Por falar neles, descobri tardiamente o quanto os clipes de "Please" e "If God will send his Angels" são sensacionais. E quando a gente ouve a explicação dos diretores, aí que eles crescem mesmo. Dos Pumpkins, comecei a rever em ordem cronológica com os comentários.

Vou aproveitando o tempo aqui pra comentar os últimos filmes que vi. Não tenho tantos assim pra comentar, até queria deixar pra depois, pra acumular, mas quero deixar o dia com impressão de produtivo, apesar do cansaço, preguiça, febre, desânimo ou seja lá o que esteja me abatendo. Vamos aos filmes:

CHEGADAS E PARTIDAS (The Shipping News)

Lasse Hallstrom hoje é queridinho da Miramax. Aliás, acho que depois desse filme, nem a Miramax quer mais o sujeito. O filme é um pouco chatinho, mas tem bons momentos, uma ótima música, um Kevin Spacey esforçado e duas atrizes maravilhosas: Juliane Moore e Cate Blanchett. Aliás, essa última aparece de lingerie que é uma beleza. Comecei a me acostumar com a beleza fora do comum das duas e adoro o trabalho delas. No filme, Spacey é um sujeito bem loser, que é traumatizado com os maus tratos de seu pai e hoje se acha um inútil. Trabalha na parte gráfica de um jornal. A primeira mudança de sua vida acontece quando ele conhece e se casa com Cate Blanchett, que depois de alguns anos juntos passa a sair com outros caras e humilhar o coitado do marido, que fica em casa cuidando da filha. Outra mudança acontece quando ela o abandona e ele viaja com a tia (Judi Dench) pra cidadezinha gelada de seus ancestrais. É lá que as mudanças também o afetarão interiormente. Pena que do meio pro fim o filme perca o caminho. Parece que Hallstrom está numa trajetória descendente em seus três últimos trabalhos com cara de indicados ao Oscar: começou bem com REGRAS DA VIDA, está passável em CHOCOLATE e nesse filme desce ladeira abaixo.

TRAINDO O INIMIGO (Deep Cover)

Vocês se lembram do Bill Duke? No começo dos anos 90 ele dirigiu o ótimo PERIGOSAMENTE HARLEM (1991), que trazia um grande elenco de atores negros(Forest Whitaker, Gregory Hines, Danny Glover) e a bela e exuberante Robin Givens (ex-mulher do canibal Mike Tyson), numa trama ágil e divertida. Faz tempo que eu vi e me lembro de ter gostado muito. Recentemente gravei da TNT um filme de 1992 do rapaz. TRAINDO O INIMIGO traz Laurence Fishburne como um policial que se infiltra num grupo de traficantes de cocaína, com o objetivo de fazer jogo duplo até chegar ao peixe grande. Faz amizade com o traficante Jeff Goldblum e se envolve emocionalmente com uma moça da máfia. O maior drama do filme é que Fishburne se dá melhor na vida como traficante do que como policial. O filme não é tão bom quanto o anterior de Duke, mas é entretenimento dos bons.

Eu vi também SABOTAGEM do Hitchcock, mas comento em outra oportunidade.

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