quinta-feira, fevereiro 26, 2015

TRÊS FILMES FRACOS



Assistir só filmes bons é para os fracos. É preciso também ter força e disposição para encarar as tranqueiras. E alguns desses filmes a gente até encara com certo entusiasmo inicial. Ou pelo menos esperando mais do mesmo, no caso de uma continuação ou um filme de gênero convencional. Falemos um pouco destes três filmes, todos produções de 2015 e vistos no cinema.

BUSCA IMPLACÁVEL 3 (Taken 3)


Não resta dúvida de que Liam Neeson se saiu muito bem como um action hero desde o primeiro BUSCA IMPLACÁVEL (2008), tendo feito em seguida outros trabalhos de ação bem dignos, inclusive. Neste terceiro exemplar da franquia não há mais um sequestro, como nos filmes anteriores, mas a esposa e a filha aparecem e são parte essencial da trama. Agora ele luta para provar sua inocência, ao ser acusado de um terrível assassinato. Quase um ninja, o ex-agente Bryan Mills consegue se desviar da patética polícia (liderada pelo personagem de Forrest Whitaker) para descobrir os verdadeiros autores do crime. Seria até um bom feijão com arroz do gênero se as cenas de ação não fossem tão mal filmadas e editadas. Cortesia de Megaton, o pior discípulo de Luc Besson, aqui mais uma vez na posição de produtor de mais um filme francês com cara de americano.

O DESTINO DE JÚPITER (Jupiter Ascending)


Acho que ver O DESTINO DE JÚPITER foi uma espécie de castigo por não ter visto há anos nenhum desfile de escola de samba no Carnaval, já que é mais ou menos isso o que os irmãos Wachowski nos oferecem em sua colorida aventura sci-fi. Pelo trailer já dava para prever que não vinha coisa boa daí, e saber que foi adiado para o ano seguinte por causa de má recepção em exibições-teste não deixa de ser mais um possível indicador. Mas O DESTINO DE JÚPITER é daqueles filmes que é preciso ver para crer. A trama, boba e chata, trata de uma jovem (Mila Kunis) que é uma espécie de reencarnação de uma grande deusa do universo (ou algo do tipo). Ela é salva dos raptores alienígenas por um pau pra toda obra interestelar, vivido por Channing Tatum, que tem algo de lobo e de selvagem em sua essência (embora nada disso seja realmente mostrado). Ruim mesmo é o oscarizado Eddie Redmayne, o oscarizado de A TEORIA DE TUDO. Seu personagem é um desses vilões bem afetados que só funcionaria se o filme conseguisse se assumir e se resolver como comédia (mesmo involuntária). Mas o humor é um desastre. Difícil entender como Hollywood arrisca gastar tantos milhões com mais uma extravagância dos diretores.

A CASA DOS MORTOS (Demonic)

Não há muito a reclamar de A CASA DOS MORTOS. Isso se a pessoa vai ao cinema esperando ver um genericão de casa assombrada com todos os clichês usados exaustivamente e sem a menor criatividade. O único incentivo para que se veja o filme é por ser produzido por James Wan. Como ANNABELLE foi um trabalho simples, mas bem realizado, poderia se esperar o mesmo deste aqui, dirigido pelo pouco experiente Will Canon. Na trama, policial vivido por Frank Grillo tem sua noite de namoro estragada por um caso sinistro: numa casa abandonada por causa de um assassinato ocorrido anos atrás são encontrados os corpos de alguns jovens. Apenas um está presente, mas um tanto alterado para que a polícia consiga arrancar dele pistas do que ocorreu. Em flashback de seu depoimento ou através de vídeos encontrados (mais uma desculpa para usar a câmera na mão e o found footage, ainda que em menor grau), vamos acompanhando o que ocorreu. O resultado é pouco satisfatório, alguns sustos são bem gratuitos e pouco assustadores e eu até já me esqueci do filme, mesmo tendo visto há poucos dias.

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