sexta-feira, fevereiro 20, 2015

O JOGO DA IMITAÇÃO (The Imitation Game)



A história certamente é melhor do que o filme. Mas que bom que resolveram nos apresentar a esse homem tão especial que foi Alan Turing, hoje considerado o inventor do computador moderno. Mas não apenas isso, este sujeito antissocial, ingênuo e homossexual muito provavelmente salvou a vida de milhões de pessoas, ao abreviar a Segunda Guerra Mundial por causa do aparelho que inventou para descobrir as informações secretas dos nazistas. E quase ninguém sabia nada dele até os anos 1970. E nada como o cinema para ampliar essa apresentação para o mundo.

O JOGO DA IMITAÇÃO (2014) é sobre Turing e sobre sua busca desesperada por essa máquina capaz de reconhecer qualquer mensagem enviada todos os dias através de códigos que eram modificados diariamente, o que se tornava uma missão impossível para os mais inteligentes mortais daquela época. O trabalho de Turing e de seus companheiros foi mantido em sigilo e o sujeito teve um fim muito ingrato, para usar de eufemismo, por causa de sua orientação sexual.

É uma história tão comovente que fica difícil falar do filme em si. E talvez isso deponha contra a obra audiovisual, ao mesmo tempo em que não deixa de ser inegável o quanto este drama com toques de thriller, romance e espionagem é capaz de envolver o espectador. E de emocionar em diversos momentos, inclusive no final, que nos deixa tão desapontados e revoltados com a humanidade.

No papel de Turing, Benedict Cumberbatch, que em alguns momentos parece uma versão mais séria do Sheldon, da sitcom THE BIG BANG THEORY. Mas talvez Turing fosse um pouco assim, isto é, não tinha noção de certas convenções sociais, e acabava saindo como arrogante. É a partir do contato com a personagem de Keira Knightley que ele descobre que fazer amigos e juntar forças é melhor do que ficar trabalhando sozinho.

O diretor, Morten Tyldum, é um desses cineastas desconhecidos que aparecem em filmes de língua inglesa e nos deixam curiosos para conhecer suas obras pregressas em seus países natais. No caso de Tyldum, a Noruega, onde ele fez o thriller HEADHUNTERS (2011), com Nicolaj Coster-Waldau (GAME OF THRONES). Sua estreia na Inglaterra não deixa de ser um feito admirável, e já lhe abriu as portas para Hollywood, onde adaptará um romance de William Gibson.

O JOGO DA IMITAÇÃO foi indicado ao Oscar nas categorias de filme, direção, ator (Cumberbatch), atriz coadjuvante (Knightley), roteiro adaptado, edição, design de produção e trilha sonora.

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