sábado, maio 06, 2006

UM BARCO E NOVE DESTINOS (Lifeboat)

 

Se tem filme inédito de Alfred Hitchcock nas locadoras, é hora de pegar de novo o livro "Hitchcock/Truffaut - Entrevistas" para ver o que o nosso mestre havia dito sobre o filme em pauta. UM BARCO E NOVE DESTINOS (1943) foi feito como um desafio. No caso, o de fazer um filme inteiro dentro de um bote salva-vidas. Interessante que em nenhum momento da entrevista Hitchcock falou sobre a dificuldade de se trabalhar nessas circunstâncias. Talvez porque ele tenha usado o recurso da retroprojeção, bastante comum naquela época, em vez de filmar o tempo todo dentro d'água, como 

Kevin Costner fez em WATERWORLD ou James Cameron em TITANIC. UM BARCO E NOVE DESTINOS foi duramente criticado na época. Não é mesmo um dos melhores do mestre, mas não deixa de ser bem interessante, principalmente pra quem é fã. É mais um filme de personagens do que de história. Ao longo do filme, há uma importante discussão sobre o regime democrático versus regime nazista a partir das situações apresentadas. Na trama, um grupo de pessoas alcança um barco salva-vidas depois de um navio ter sido alvejado por um submarino alemão. No meio dos tripulantes, um alemão (Walter Slezak, de MIKAEL). Alguns americanos no barco querem jogar o alemão dentro d'água; outros se opõem, acreditando se tratar de assassinato, o certo seria levar o nazista até as autoridades aliadas para que ele seja julgado. 

As outras situações importantes são a do homem com a perna ferida e a da mulher rica que vai aos poucos perdendo seus pertences (Tallulah Bankhead). Pena que o DVD lançado pela FOX (selo Fox Classics) não está caprichado. Além do filme, há apenas uma faixa de comentário do Dr. Drew Casper, mas nem tiveram o trabalho de legendar. E pensar que eu até cogitei comprar esse DVD. Ainda bem que tinha na locadora pra alugar. Agora é esperar que alguma distribuidora crie vergonha e lance logo o fundamental SOB O SIGNO DE CAPRICÓRNIO (1949). De preferência numa edição especial recheada de extras, que o filme merece.

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