MESTRE DOS MARES: O LADO DISTANTE DO MUNDO
(Master and Comander: The Far Side of the World)
Hoje à tarde fui conferir esse filme do Peter Weir. Gosto de ir ao cinema durante a semana. Os shoppings estão mais vazios, não tem muita preocupação com fila. É o máximo que eu estou fazendo para aproveitar as férias do trabalho, apesar da pouca grana.
MESTRE DOS MARES é filmão. Peter Weir já tem no currículo obras apaixonantes como SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS (1989), SEM MEDO DE VIVER (1993) e O SHOW DE TRUMAN (1998). Agora ele comanda um projeto mais caro, uma super-produção passada nos mares.
Todo mundo sabe o trabalho que dá filmar no mar. Kevin Costner quase teve um prejuízo com o seu WATERWORLD e o recordista de bilheteria TITANIC quase que naufragou feito o navio, de tantos problemas que teve durante as filmagens.
Mas Weir se saiu muito bem. O filme tem um apanhado de seqüências emocionantes, além de ainda servir de pesquisa histórica para quem quiser saber como eram as coisas na época das guerras napoleônicas.
Até o Russel Crowe está simpático no filme. Eu gostei pra caramba do personagem dele: um comandante do navio da marinha britânica que é obstinado e corajoso a ponto de desafiar uma embarcação francesa muito maior que a dele. Os 139 minutos do filme se justificam. É mesmo necessário esse tempo para que possamos nos acostumar com o ambiente no navio e para nos apegarmos um pouco com os sofridos e heróicos personagens.
MESTRE DOS MARES lembra um pouco filmes de submarino como U-571 e K-19: THE WIDOWMAKER, que pretendem mostrar a bravura dos homens diante dos vários obstáculos que lhes são apresentados. É um filme “de homem” – não tem mulher no elenco – e que mostra a camaradagem masculina com entusiasmo.
Outro traço positivo do filme é a maneira como Weir mostra aquele recorte do tempo e espaço, como se fosse um pesquisador naturalista. Nesse sentido, o personagem de Paul Bettany é quase como um alter-ego do autor, ou o elo de identificação com o público. Não custa lembrar que Weir é especialista nesse “recortar o tempo e espaço”. Basta lembrar da maneira como ele mostrou o grupo de religiosos radicais em A TESTEMUNHA (1985) ou o carinho com que ele trata um grupo de estudantes americanos da década de 50 em SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS.
Por tudo isso, eu ainda acredito que Peter Weir seja um autor. Só não é muito respeitado como sendo um nas revistas de cinema e nos cadernos de cultura dos jornais. Quem sabe um dia ele não recebe o devido reconhecimento...
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