domingo, julho 06, 2014

TRANSFORMERS – A ERA DA EXTINÇÃO (Transformers – Age of Extinction)



Ao dirigir um filme tão bom como SEM DOR, SEM GANHO (2013), deu vontade de dar uma nova chance para Michael Bay. Mesmo em mais um filme da horrível franquia "Transformers". O trailer do novo filme, TRANSFORMERS – A ERA DA EXTINÇÃO (2014), até que é simpático, com mudança de elenco e efeitos especiais atraentes a esses tempos de novas salas digitais com telas gigantes.

E, de fato, não dá pra reclamar dos efeitos especiais, que são mesmo muito bons. Por outro lado, desde a revolução digital mostrada em JURASSIC PARK no início dos anos 1990 tornou-se muito difícil alguém ficar realmente boquiaberto com alguma novidade. Tudo parece possível em Hollywood. Ainda mais em uma produção de orçamento de 210 milhões e com a bênção da Industrial Light & Magic, de Spielberg. Uma pena é gastar tanta grana em um filme tão ruim, mas que ainda assim deve estar agradando a muitos, tendo em vista a enorme bilheteria já nos primeiros dias de exibição nos Estados Unidos.

A primeira parte do filme é até agradável. A luz da fotografia no Texas é bem bonita, assim como a presença da jovem Nicola Peltz (série BATES MOTEL). Além do mais, a presença de Mark Wahlberg é bem-vinda, embora agora ele já esteja na idade de fazer o papel de pai de uma adolescente. Ele é o pai super-protetor que nem sabe que a filha já tem namorado (Jack Reynor, que protagonizou WHAT RICHARD DID, e que ainda deve dar muito o que falar).

E Mark é também um sujeito que gosta de inventar coisas e de procurar algo de bom em lixo. É dentro de um cinema abandonado, aliás, que ele encontra um velho caminhão empoeirado. O tal caminhão é na verdade Optimus Prime, o líder dos Autobots, os Transformers do bem que já haviam salvado a Terra no filme anterior. Ou no anterior a ele (melhor perguntar a quem assistiu).

A trama do novo filme foi feita com uma preguiça espantosa, mas preguiça maior mesmo é tentar resumi-la. Basta dizer que os Autobots têm mais inimigos do que imaginam, tanto vindo dos humanos, que conseguem criar outros tipos de transformers quanto de outros robôs malvadões, que também estão mancomunados com executivos corruptos. No meio dessa turma do mal está o personagem de Stanley Tucci, que depois se junta aos heróis.

Curioso o quanto o filme é devedor de Spielberg. Tanto pelo uso de transformers que se transformam em dinossauros de metal, quanto em uma cena que remete diretamente à eletrizante sequência da ponte em INDIANA JONES E O TEMPLO DA PERDIÇÃO. A diferença aqui é que a tal cena só causa mesmo indiferença. A montanha-russa de Bay só tem a oferecer mesmo efeitos especiais de ponta e barulho, muito barulho. Tudo isso em torturantes quase três horas de duração. Serve ao menos para mostrar a potência dos equipamentos de som do cinema.

Quanto ao grupo de heróis humanos, em certo momento da narrativa, eles parecem totalmente descartáveis em meio à batalha das criaturas de metal. Porém, para disfarçar, arranja-se uma arma alienígena para o Mark Wahlberg, de modo que dê a impressão de que ele faz alguma diferença nos momentos finais. E por falar em final, impressionante como Bay precisa mesmo continuar evitando momentos melodramáticos. Lembramos do quanto ele nos deixou constrangidos com ARMAGEDDON (1998) e principalmente em PEARL HARBOR (2001).

De todo modo, a franquia tem os seus admiradores, seja pelos novos modelos de carros apresentados, seja pelos próprios brinquedos da Hasbro, que deve estar faturando uma fortuna graças a esses filmes-bomba. Porém, mesmo sabendo que tudo gira em torno de dinheiro, vendo TRANSFORMERS – A ERA DA EXTINÇÃO é possível perceber o quanto Bay estava se divertindo com todas aqueles brinquedos e explosões. 

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