segunda-feira, novembro 05, 2012

MANDACARU VERMELHO



Aproveitando que agora estou com Canal Brasil em casa e está passando uma mostra em homenagem a Nelson Pereira dos Santos contendo filmes inéditos (para mim), renovo a peregrinação em torno da filmografia de um de nossos mais importantes cineastas, voltando aos anos 1960, quando o diretor foi à Bahia dirigir VIDAS SECAS (1963) e encontrou muita chuva e o mato todo verdinho. Para não dar viagem perdida, aproveitou a equipe e fez, de improviso, MANDACARU VERMELHO (1961).

O filme não é tão bom, até por ser uma obra feita meio às pressas, praticamente sem roteiro. Mas é por isso mesmo que é importante dar-lhe valor. Além do mais, MANDACARU VERMELHO está cheio de influências dos westerns americanos, embora também se note algo muito próximo do cinema mexicano, que também foi importante para a formação de NPS, como se pode ver em CINEMA DE LÁGRIMAS (1995).

A história é muito simples: o próprio Nelson é um vaqueiro que foge com uma moça que havia sido prometida a outro sujeito. Os dois saem em busca de um padre para se casarem. A família dela parte à procura deles com o objetivo de vingar-se da maneira mais cruel e violenta possível. Inclusive, na sequência em que um dos jagunços começa a rasgar a roupa dela, enquanto o namorado vê sem nada poder fazer, eu vi ali algo de ousado. Nos dias de hoje, uma história dessas poderia ter estupro e sangue. Mas, embora haja mortes, o filme é até leve. O que é compreensível para o período em que foi rodado.

Agora é esperar a vez de poder ver também QUEM É BETA? (1973), JUBIABÁ (1987) e o curta-metragem UM LADRÃO (1981), todos previstos para passar em alguma terça-feira no fim de noite no Canal Brasil.

P.S.: No Blog de Cinema do Diário do Nordeste, comemorou-se o Dia do Cinema Brasileiro com um apanhado dos favoritos de cada participante e de dois convidados. Confira AQUI

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