terça-feira, fevereiro 21, 2006

UM ROMANCE MUITO PERIGOSO (Into the Night)



Foi só recentemente, depois de DEER WOMAN (2005), que eu fui me interessar pela obra de John Landis. Um cara que faz um filme daqueles não deve ter uma filmografia que mereça ser desprezada. Aí aproveitei que UM ROMANCE MUITO PERIGOSO (1985) ia passar na Globo na semana passada pra gravar e rever. Tinha visto há muito tempo, nos anos 80, na primeira vez que o filme passou no Supercine.

UM ROMANCE MUITO PERIGOSO é bem prazeroso, além de ser um dos poucos títulos onde Michelle Pfeiffer aparece pelada, o que já é motivo suficiente para os tarados de plantão não desgrudarem os olhos da tela. Desde a música de abertura - com aqueles sintetizadores típicos da época - passando pelo espírito pop, até os cabelos e a maquiagem, o filme é puro anos 80.

O filme é claramente uma obra de amigos, uma curtição. A quantidade de participações especiais não nega. David Cronenberg, David Bowie, Amy Heckerling, Vera Miles, Irene Papas, Jonathan Demme, Paul Mazursky e Richard Franklin são os principais nomes que aparecem em pontas ou pequenos papéis no filme. Interessante notar que no ano seguinte, Cronenberg trabalharia com Jeff Goldblum em A MOSCA.

Na trama, Goldblum tem problemas de insônia e o seu trabalho não é dos mais animadores. Um dia, quando ele sai do trabalho no meio do expediente para dormir um pouco em casa, flagra a mulher transando com outro sujeito. À noite, não conseguindo dormir de jeito nenhum, ele pega o carro e, sem ter pra onde ir, acaba parando no aeroporto, onde encontra uma Michelle Pfeiffer em apuros, fugindo de bandidos armados. Depois é só aventura, corre-corre, troca de carros e de tiros e coisas do tipo.

A história do filme se passa em uns três dias, mas a sensação é de que tudo acontece num só noite, como naquele filme do Martin Scorsese, DEPOIS DE HORAS, que curiosamente é do mesmo ano. Engraçado que esses filmes, meio "Alice in Wonderland", costumam me cansar lá pela metade, não sei porque. Acho que porque se assemelham a uma dose de bebida alcoólica. No começo vem a euforia, depois o enfado. E como eu sou de beber pouco...

P.S.: Tem coluna nova no ar no Cinema com Rapadura. Eu falo um pouco sobre o Oscar desse ano.

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