sábado, abril 24, 2004

KILL BILL – VOL. 1



Não tenho palavras pra descrever o prazer que foi ver esse novo filme de Quentin Tarantino. Posso dizer que digo que valeu a espera, mas também manifesto a minha revolta com a Lumière, com sua estratégia de lançamento ridícula. Todo o mundo já viu o filme e só agora ele estréia no Brasil.

Mas o que dizer dessa primeira parte de KILL BILL? Que é genial, emocionante, divertido e uma aula de cinema todo mundo já sabe; que a seqüência de animação da equipe de BLOOD: THE LAST VAMPIRE é um espetáculo todo mundo também já ta careca de saber; que as cenas de luta são milimetricamente planejadas e maravilhosamente coreografadas todo mundo também já sabe.

O que eu faço aqui é só engrossar a turma dos admiradores desse cara genial que é o Tarantino. Esse homem merece todo o hype em torno dele. Se bem que o filme não está tão popular aqui no Brasil não. Havia pouca gente na sala em que eu fui ver. Mas acredito que quem saiu do cinema, deve ter no mínimo saído com a certeza que viu algo único. Pode até ter alguém ridicularizando certas passagens fora da realidade. Mas isso é o filme. E é um filme que tem consciência que é filme, que nasce do amor por filmes e do conhecimento e paixão de seu diretor por filmes. É cinema que nasceu do cinema.

Adorei a divisão por capítulos. Adorei a fotografia colorida que enche os olhos. Adorei a Uma Thurman, que merece uma estátua em sua homenagem por representar tão bem o papel de uma mulher em busca de vingança. Numa entrevista que li com ela, Uma disse que uma das melhores coisas pra ela foi ter aprendido a lutar e a manejar uma espada de samurai. Isso, ninguém vai tirar dela.

Ah, a trilha sonora. Que é que isso? Que belíssima utilização da música, hein. Aqueles temas de western spaghetti deixando um clima de melancolia no ar...aquilo é puro deleite. A faixa de abertura enquanto passa os créditos – “Bang, Bang (My Baby Shot Me Down)” – já denuncia que estamos diante de uma obra-prima - difícil conter o sorriso no rosto.

KILL BILL se equipara a PULP FICTION e supera CÃES DE ALUGUEL e JACKIE BROWN. Principalmente se você levar em consideração o número de seqüências memoráveis. Quantas cenas memoráveis há em KILL BILL? Todas são. Cada uma é especial. Cada uma mereceria um comentário à parte.

Agora é procurar aprender mais com as várias referências contidas no filme e ir atrás de alguns títulos que ele homenageia. (Acho que vou ver agora um do Ringo Lam, na falta de um dos Shaw Brothers.)

KILL BILL. Melhor filme do ano.

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