quinta-feira, abril 22, 2004

DOMINGO SANGRENTO (Bloody Sunday)



Já faz algum tempo que eu vi esse filme. Depois que baixei da internet foi que percebi que a cópia estava numa versão dublada em português, o que diminuiu um pouco o impacto que ele deveria ter pra mim. Tanto que nem tinha muito o que falar sobre ele e estava pretendendo deixar pra comentar junto com algum outro filme histórico. (Tenho GANDHI pra ver em fita, mas só Deus sabe quando vou ter tempo de vê-lo.) Então, resolvi comentar logo, ainda que não tenha muito o que falar a respeito. Engraçado que tem filmes que são muito bons, como esse, mas que não puxam tanta discussão. Fica aquela coisa óbvia. É óbvio, por exemplo, que o que os soldados ingleses fizeram com os irlandeses durante aquela passeata foi, no mínimo, covardia.

Uma das maiores falhas de DOMINGO SANGRENTO é mostrar os soldados do exército britânico como extremamente malvados e sedentos de sangue. Dessa forma, a tentativa de mostrar os dois lados da história acaba ficando comprometida pela falta de realismo.

Mesmo assim, o filme é importante para mostrar às novas gerações essa barbaridade que aconteceu na Irlanda do Norte, e que é uma situação que não mudou muito nos dias de hoje, já que há tempos o país quer se libertar do julgo do Império Britânico e não consegue. Foi a partir desse acontecimento, em 30 de janeiro de 1972, que o IRA começou a aterrorizar com todo gás a Inglaterra. E talvez com toda a razão.

Fernando Veríssimo fez uma crítica muito boa na Contracampo, que questiona a utilização da violência como espetáculo a fim de provocar catarse e revolta. Acredito que a revolta seja despertada mais pela canção do U2, que toca quando os créditos sobem, do que pelo que o filme mostra, ainda que depois de ver o filme, a mensagem de "Sunday Bloody Sunday" fique mais clara. E foi decisão acertada terem escolhido a versão ao vivo, com o discurso político e cheio de revolta de Bono.

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