domingo, janeiro 17, 2016

MOZART IN THE JUNGLE – A PRIMEIRA TEMPORADA COMPLETA (Mozart in the Jungle – The Complete First Season)



Engraçado como a gente, da noite para o dia, começa a ficar interessado em determinada série e essa série acaba se tornando o centro das atenções até o fim de sua temporada, pelo menos. Foi o caso de MOZART IN THE JUNGLE, que ganhou o Globo de Ouro de melhor série de comédia este ano e pouca gente sabia de sua existência, inclusive eu. Gael García Bernal, que interpreta um maestro excêntrico e simpático, também ganhou o prêmio pelo papel. Como a primeira temporada foi colocada online pelo serviço de streaming da Amazon em dezembro de 2014, só ao longo de 2015 que a série pôde ser devidamente apreciada.

No meu caso, houve um empurrãozinho bem decisivo para que eu finalmente desse uma chance à série, que foi a presença de Lola Kirke, que já havia me encantado em MISTRESS AMERICA, de Noah Baumbach. Ela havia passado desapercebida por mim em seu pequeno papel em GAROTA EXEMPLAR, de David Fincher. Mas tudo bem. Agora tenho a chance de ver essa moça linda como protagonista e em um papel apaixonante: o de uma garota que toca oboé e deseja entrar em uma das mais importantes orquestras sinfônicas dos Estados Unidos.

Hailey, o nome de sua personagem, funciona como uma ponte entre nós, que não fazemos parte desse mundo da música erudita, e aqueles que fazem parte. É um universo que já foi visitado em alguns filmes, mas é mesmo um mundo fechado e uma série de televisão tem mais chance de explorar mais a fundo, por ter mais tempo para isso. No caso de MOZART IN THE JUNGLE, a Amazon optou por fazê-la com episódios de meia hora, formato normalmente dedicado a comédias. E como é uma série bem leve, não seria errado classificá-lo como tal, embora seu conteúdo dramático seja bastante evidente.

Além de Lola e de Gael, há uma série de coadjuvantes que brilham na série, como Cynthia, vivida pela bela Saffron Burrows, que toca violoncelo na orquestra e mantém um caso com o velho maestro, vivido por Malcolm McDowell. Há outro membro da orquestra que também é bem simpático, Dee Dee (John Miller), que é o cara que vende drogas para a equipe. E há Betty (Debra Monk), do grupo de oboé que não quer dar mole para a novata que chega e trata logo de demarcar o território. Aliás, é até natural que a série mostre a batalha de egos que esse mundo trava e é um de seus pontos mais interessantes.

Curiosamente, MOZART IN THE JUNGLE teve o seu piloto inicialmente posto online pela Amazon, para, só depois da aprovação da audiência, chamar todo o elenco e equipe para filmar os outros nove episódios da primeira temporada. A direção dos primeiros episódios ficou a cargo de Paul Weitz, mais lembrado por UM GRANDE GAROTO (2002), mas há também outros dirigidos por Roman Coppola. Os dois, ao lado de Alex Timbers e Jason Schwartzman, são os criadores da série.

No mais, fico feliz em encontrar mais uma série de meia hora tão boa quanto GIRLS para acompanhar. E já quero ver a segunda temporada, que foi disponibilizada online no finalzinho do ano passado. A vida às vezes é bem pesada e programas desse tipo, ao mesmo tempo em que nos lembram disso, também nos ajudam a relaxar, com seu modo mais leve e descontraído de olhar para as coisas do cotidiano.

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