quinta-feira, janeiro 14, 2016
O BOM DINOSSAURO (The Good Dinossaur)
O novo filme da Pixar é claramente um passo atrás em relação a DIVERTIDA MENTE (2015), realizado no mesmo ano. De todo modo, não chega a ser algo que vá comprometer a reputação da companhia de animações, que continua sendo a melhor da indústria em Hollywood. O BOM DINOSSAURO (2015), de Peter Sohn, o homem que havia assinado o belo curta PARCIALMENTE NUBLADO (2009), exibido antes do superestimado UP – ALTAS AVENTURAS, entrega um trabalho que vai de encontro ao público mais infantil e certamente dialoga bem com as crianças e também com a história dos filmes da Disney/Pixar.
Isso acontece pois há uma sequência de morte em família que vai remeter a clássicos como BAMBI, O REI LEÃO e PROCURANDO NEMO. Se não passa o mesmo grau de tragédia pode ser por falha da direção, mas também por medo de assustar demais as crianças de hoje. Antes os contos de fadas eram tão mais poderosos, violentos e impressionantes, não é? E alguns desenhos da Disney conseguiam esse feito também, embora possamos dizer que VALENTE possua elementos assustadores que perturbam os pequenos sim.
O que conta mesmo em O BOM DINOSSAURO é a relação de amizade improvável que surge entre o pequeno dinossauro desastrado Arlo e o garotinho selvagem Spot. O filme se passa em um mundo alternativo que não sofreu com a queda de um meteoro e com isso os dinossauros ainda dominam o planeta, enquanto os humanos estão ainda vivendo como selvagens.
Arlo se distingue logo dos demais por nascer dentro de um ovo enorme, mas ser bem pequeno. Ele sente dificuldade em se ajustar e em desempenhar um bom trabalho como seus irmãos, mas o pai sente muito carinho por ele e diz que Arlo é melhor do que ele. Uma tempestade faz com que ele se perca de sua aldeia e vá parar em lugares perigosos e viva grandes aventuras, enfrentando tanto inimigos quanto os próprios medos. É um filme sobre a jornada do herói, a construção da maturidade de um jovem e também um belo filme de amizade, que se desenrola à medida que Arlo e Spot passam a ver que se completam. E que ambos estão perdidos, de certa forma, de suas famílias.
Há um momento do filme bem comovente e que pode fazer chorar até mesmo os mais velhos. As crianças mais sensíveis chorarão, certamente, como pude presenciar na sala em que assisti o filme: uma garotinha sentada ao meu lado chorou que soluçou na tal cena, que pode até ser vista como carregada demais nas tintas por alguns, mas que eu vejo como um de seus méritos. É quando O BOM DINOSSAURO quase atinge o status de grande filme.
Antes do espetáculo principal é exibido um curta-metragem chamado OS HERÓIS DE SANJAY, de Sanjay Patel. Comparado com outros curtas bonitos que costumam passar antes dos longas da Pixar, este é um dos menos memoráveis, embora seja visualmente bonito e lide com a importância de a criança exercitar a criatividade e ter o seu próprio universo de fantasia. E ainda traz elementos da cultura indiana, o que é um aspecto curioso.
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