domingo, maio 31, 2015

TERREMOTO – A FALHA DE SAN ANDREAS (San Andreas)



Há filmes que não têm a menor pretensão em ser grande cinema. Embora queiram ser entretenimento grandioso. São os casos dos disaster movies, aqueles filmes que nos passam a saborosa sensação de que estamos totalmente seguros na poltrona confortável do cinema enquanto o mundo (ou parte dele) está se acabando diante de nossos olhos. Se TERREMOTO – A FALHA DE SAN ANDREAS (2015) está longe de ser uma maravilha como O IMPOSSÍVEL, de J.A. Bayona, cuja dimensão humana e trágica está acima da ação e dos efeitos especiais, o filme protagonizado por Dwayne Johnson funciona muito bem como diversão escapista.

E falando em Johnson, legal notar como ele tem cada vez melhorado na posição de herói de ação. Nem parece o início da carreira, quando ele não passava de uma montanha de músculos com cabeça de ovo. Agora ele, além de estar atuando melhor, tem presença de cena e convence que é uma beleza nas cenas em que desempenha atos de heroísmo que deixam os marmanjos com inveja, como na primeira sequência em que ele salva uma jovem prestes a cair num precipício. Seu trabalho é de bombeiro, de salvador de vidas pilotando um helicóptero.

Sua vida privada, porém, não anda às mil maravilhas. Ele está passando por um processo de divórcio com uma mulher que ainda ama (Carla Gugino) e sofre com a dissolução da família, pois também ama muito a filha, vivida pela lindíssima (e inacreditável, como diz um dos personagens, com toda razão) Alexandra Daddario. Quem pôde ver as cenas da moça em TRUE DETECTIVE tem motivos suficientes para ter um especial carinho (por assim dizer) por ela.

E o legal de sua personagem é que ela não é apenas uma jovem em perigo à espera do socorro do pai. Ao contrário, ela salva mais a vida dos dois irmãos que conhece no prédio do padrasto, graças ao conhecimento obtido com o pai, do que o contrário. Esse tipo de heroína, ou semi-heroína, tem sido bastante comum nos dias de hoje em que a mulher tem desempenhado papéis mais ativos. A própria Daddario encarou o aterroizante Leatherface em O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA 3D – A LENDA CONTINUA.

Quanto a TERREMOTO – A FALHA DE SAN ANDREAS, é um filme que chega em um momento bem oportuno, em que as salas IMAX e a tecnologia 3D estão em alta e potencializam a experiência de destruição. Embora em alguns momentos o excesso de CGI torne tudo menos realista, uma vez que entramos na brincadeira do filme e nas possibilidades que um grande terremoto na Califórnia podem gerar (inclusive cenas com tsunami), tudo passa a ser muito divertido. Não importa, portanto, se  o texto é ruim ou se estão subaproveitando um ator como Paul Giamatti, que interpreta um especialista em abalos císmicos. No caso, o sabor é de um bom filme B, com a diferença que foi feito com bastante dinheiro (110 milhões de dólares).

O diretor de TERREMOTO, Brad Peyton, já havia trabalhado com Johnson na aventura juvenil VIAGEM 2 – A ILHA MISTERIOSA (2012) e está finalizando um filme de horror a ser lançado ainda este ano chamado INCARNATE e protagonizado por Carice van Houten, hoje em dia mais lembrada como a bruxa sensual Melisandre, da série GAME OF THRONES.

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