quinta-feira, maio 14, 2015

BATES MOTEL – TERCEIRA TEMPORADA (Bates Motel –Season 3)



Aquilo que temíamos aconteceu nesta terceira temporada de BATES MOTEL (2015): os roteiristas se perderam em meio às várias subtramas e isso prejudicou bastante o andamento da série, que perdeu em ritmo e em intensidade dramática. O jovem Norman Bates, vivido por Freddie Highmore, acabou se tornando um adolescente chato e repetitivo e mesmo nas cenas em que ele demonstra seu lado sombrio, ou até comete ou passa a impressão de que comete um crime, acaba não causando impacto.

Desse modo, não adianta buscar referências à obra-prima de Alfred Hitchcock a fim de passar uma impressão melhor, como numa determinada cena da season finale ou nos momentos em que o banheiro do famoso quarto do assassinato de Marion Crane é visitado. Falando nisso, para o bem e para o mal, o responsável pela trilha sonora da série deixou de buscar tantas repetições dos arranjos de Bernard Herrmann.

Mas nem tudo são espinhos nesta terceira temporada. Alguns personagens cresceram, ainda que não necessariamente por causa da narrativa: caso de Emma (Olivia Cooke) e Dylan (Max Thierrot), que seguem sendo dois jovens extremamente simpáticos pelos quais nos importemos – eu, pelo menos, quero saber o que será da Emma.

Mas momentos deles aproximaram a série de um drama romântico, fugindo um pouco da proposta de uma série de suspense, embora seja algo bem-vindo quando é uma das poucas coisas que funcionam. O relacionamento de Dylan com o pai, por outro lado, que pareceu ser um tiro no pé para a narrativa, até que acabou de maneira bem comovente.

Mas a série estaria completamente destinada ao fracasso (ainda há esperança de que se reerga na quarta temporada) se não fosse Vera Farmiga e sua intensa performance como Norma Bates. Ela dá tudo de si como a mãe que sofre a dor de ter um filho que alterna momentos de ternura com momentos de puro terror. Ela sabe que está com uma bomba relógio em casa e que é preciso fazer algo mais drástico, como também recomenda o seu filho mais velho, Dylan.

Quem também continua bem na série é o Xerife Romero, que deixou de ser o sujeito antipático e misterioso da terceira temporada para abrir o coração e assim sabermos o que ele sente por Norma e alguns outros segredos seus. Os momentos de Romero nesta temporada estão mais ligados a Norma, que por sua vez acaba metida em encrenca com um chefe do crime da cidade. O xerife também demonstrou o que é capaz de fazer para defender o seu posto. É, definitivamente, um dos melhores personagens da série.

Falando ainda em personagem, o retorno de uma personagem importante da primeira temporada ajuda a criar um clima de sonho interessante, mas que infelizmente não ajuda muito a levantar a moral da série. Acaba funcionando apenas como trampolim para uma cena da season finale.

A esperança para BATES MOTEL está no fato de os produtores e roteiristas perceberam que precisam colocar novamente a série nos trilhos e pararem de enrolar. Mais uma temporada, por exemplo,seria suficiente para encerrar a história e minimizar os riscos de haver uma queda ainda maior na qualidade.

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