terça-feira, junho 12, 2012
TRÊS REMAKES (OU QUASE)
A onda dos remakes tem trazido coisas cada vez mais desastrosas. É o caso de três cultuados trabalhos das décadas de 1970 e 1980 que ganharam nos últimos anos versões que não passam de sombras dos filmes que eles querem "homenagear". As aspas cabem pois sabemos que o que falta de criatividade, sobra de cara-de-pau no meio hollywoodiano atual. Vamos aos filmes, com poucas palavras, pois eles não merecem muito de nosso tempo.
DOCE VINGANÇA (I Spit on Your Grave)
O hoje clássico do horror rural A VINGANÇA DE JENNIFER (1978) ganhou uma versão atualizada que perde toda a crueza do filme original, embora a violência seja tão forte quanto a do anterior, compensando com sequências mais gráficas da garota indo à forra depois que é violentada e humilhada por um grupo de caipiras sádicos de uma cidadezinha. DOCE VINGANÇA (2010) foi o título que o remake recebeu no Brasil. No que se refere à história não há praticamente diferença com o original. Pelo menos, pelo que eu lembro. A principal diferença está no fato de o novo filme parecer incrivelmente ordinário nos dias de hoje.
A COISA (The Thing)
Um filme que já começou sendo mal recebido pelos fãs, até pelo extremo amor que O ENIGMA DE OUTRO MUNDO (1982), de John Carpenter, até hoje desperta em novos e velhos fãs do trabalho do bom carpinteiro. Porém, dentre as três produções desse post, vale destacar que A COISA (2011) é o mais bem resolvido. O filme é uma espécie de prequel do trabalho do Carpenter. Se fosse analisado independentemente de seu objeto de inspiração, que por sua vez já era um remake caprichado de O MONSTRO DO ÁRTICO (1951), de Christian Nyby e Howard Hawks, o novo filme, dirigido pelo estreante em longas-metragens Matthijs van Heijningen Jr., tem a sua beleza e efeitos especiais bem caprichados, que mostram os monstros alienígenas de maneira tão boa ou até melhor que o filme de Carpenter, que foi produzido mais artesanalmente, enquanto que hoje é quase tudo feito via computação gráfica. A COISA ainda conta com a presença da gracinha Mary Elizabeth Winstead, a garota de farda colegial de À PROVA DE MORTE, do Tarantino. Ela mandou muito bem como protagonista. Se bem que ela já havia se destacado também em PREMONIÇÃO 3 e SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO. Mas foi o Tarantino que fez a estrela da garota subir de verdade.
SOB O DOMÍNIO DO MEDO (Straw Dogs)
É muito difícil receber uma refilmagem de um filme tão definitivo e singular quanto a obra que Sam Peckinpah realizou em 1971. O filme de Peckinpah, além de ter um clímax sensacional, além da performance genial de Dustin Hoffman e os peitos fantásticos de Susan George, há aquela polêmica cena do estupro que até hoje dá o que falar. Tudo isso é diminuído em efeito e intensidade neste novo SOB O DOMÍNIO DO MEDO (2011), embora o clímax até bem movimentado. Mas o diretor Rod Lurie não conta com um elenco bom o suficiente. Eles colocaram um elenco bonito para chamar a atenção, mas Kate Bosworth nem peitos tem. E quem ainda aguenta a cara de bocó de James Marsden? Aliás, vai ver foi por isso que o convidaram para o papel. E tem o "vampiro Eric" de TRUE BLOOD, o gigante Alexander Skarsgård, como o principal vilão. O filme não é de todo ruim se esquecemos o trabalho de Peckinpah. Mas ainda assim é um filme fácil de esquecer.