quinta-feira, junho 28, 2012

CONSPIRAÇÃO AMERICANA (The Conspirator)



Oitavo filme na direção de Robert Redford, CONSPIRAÇÃO AMERICANA (2010) mais uma vez mostra a sensibilidade do diretor/ator para assuntos relacionados à política, além de um domínio impressionante da tensão e da emoção em um filme de tribunal que se passa logo após o assassinato de Abraham Lincoln. O diretor também tem a sorte de trabalhar com um elenco de primeira. Em CONSPIRAÇÃO AMERICANA, ele pôde contar com James McAvoy, Robin Wright, Kevin Kline, Evan Rachel Wood, Tom Wilkinson, Justin Long e Danny Huston.

Já havia visto dois filmes inspirados em Abraham Lincoln: A MOCIDADE DE LINCOLN e O PRISIONEIRO DA ILHA DOS TUBARÕES, ambos de John Ford. Mas se o primeiro só mostrava o homem de bem que se tornaria Presidente dos Estados Unidos, o segundo mostrava um homem que foi preso erroneamente como culpado e não teve ninguém para defendê-lo.

CONSPIRAÇÃO AMERICANA trata de esclarecer melhor a situação do assassinato e das circunstâncias em que o país se encontrava. Em pleno fim da Guerra Civil, um ator de teatro, John Wilkes Booth, atira no Presidente, tirando sua vida, e grita uma frase em latim, considerando estar vingando os perdedores do sul do país. Assim, o filme nos dá uma noção de como estava o país naquele momento de forte ruptura.

O filme mostra a dificuldade de um jovem advogado (McAvoy), que já lutou na guerra como capitão do lado da União, em defender uma senhora acusada de conspiração, Mary Surratt (Robin Wright), que abrigou em sua pensão, momentos antes do assassinato, o grupo responsável pela morte de Lincoln. Ela se diz inocente e afirma não ter ligações com a conspiração. Mas não adianta muito, pois os membros do tribunal querem de qualquer jeito levá-la à forca. Assim, o filme acompanha a via crúcis da réu e de seu advogado, que toma o caso com muita vontade de fazer justiça e evitar que uma inocente seja executada.

CONSPIRAÇÃO AMERICANA é tenso e emocionante. A tensão se estabelece principalmente nas cenas de tribunal e a emoção está no vínculo afetivo que se cria entre o advogado e Mary Surratt. Quase uma relação entre mãe e filho. E nesse sentido, torna-se fácil para o espectador também sofrer junto com os personagens. O filme de Redford é um dos melhores dramas de tribunal dos últimos anos e que ainda oferece uma bela aula de História para o espectador. Uma pena que esteja passando quase desapercebido nos cinemas.

P.S.: Saíram os indicados ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Confiram AQUI.