quinta-feira, março 10, 2011

BOARDWALK EMPIRE: O IMPÉRIO DO CONTRABANDO – A PRIMEIRA TEMPORADA COMPLETA (Boardwalk Empire – The Complete First Season)



Acho que o que não me "pegou" em BOARDWALK EMPIRE (2010), que na HBO brasileira ganhou o desnecessário subtítulo "O império do contrabando", foi o excesso de personagens e de subtramas. Como nem sempre os episódios possuíam ganchos fortes, eu passava dias e até semanas sem ver nenhum, ficando meio perdido nas tramas e confundindo até as mulheres, algumas muito parecidas entre si. Aproveitei o feriado do carnaval e uma televisão nova para finalmente fechar a primeira temporada.

O "oba-oba" em torno da série é justificável. A começar pelo primeiro episódio, dirigido por ninguém menos que Martin Scorsese, um dos produtores executivos. O episódio é bem scorsesiano e o mais sangrento de todos. Os demais são mais comportados. Os personagens não são suficientemente simpáticos. Nem dá para comparar, por exemplo, o Nucky Thompson de Steve Buscemi com o Tony Soprano de James Gandolfini. Buscemi sai perdendo feio, por mais que ele esteja bem. Talvez seu personagem seja indiferente demais.

As subtramas se passando em Nova York, embora tenham sua importância historicamente falando, são chatas e às vezes confusas. Já em Chicago, por causa da presença de Al Capone, sempre se espera alguma coisa. E como o personagem de Michael Pitt é o meu favorito da série, alguns bons momentos se passaram em Chicago, principalmente quando ele tem um envolvimento afetivo com uma bela prostituta. Outra personagem interessante é a de Kelly MacDonald, a mulher que odeia o mundo de corrupção de Nucky, mas que, no entanto, se sente atraída por ele. Igualmente curioso o personagem de Michael Shannon, o detetive meio louco que quer pôr um fim naqueles que desacatam a Lei Seca.

Para aqueles que como eu ficaram pelo meio do caminho na série, digo que vale a pena ir até o final. Os episódios finais são muito bons e compensam um pouco a morosidade de alguns lá do meio. Não dá negar que BOARDWALK EMPIRE é dramaturgia de primeira, escrita pelo cara responsável por FAMÍLIA SOPRANO, Terence Winter, além de ter uma direção de arte impecável, que nos leva aos loucos anos 20 em Atlantic City. Vale destacar também a beleza e a graça de Gretchen Mol, que aparece como a mãe de Jimmy (Michael Pitt) e amante de Lucky Luciano. Ela não aparece nos créditos principais da série, mas seu nome é o primeiro a aparecer em destaque nos episódios dos quais participa. Acredito que, assim como aconteceu com FAMÍLIA SOPRANO, a próxima temporada da série será melhor, até por já termos nos familiarizado com os personagens.

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