segunda-feira, março 21, 2011

SEXO SEM COMPROMISSO (No Strings Attached)



O pôster já é bastante atraente. O casal formado por Natalie Portman e Ashton Kutcher, vestidos como se estivessem acabado de fazer sexo, é atração tanto para os rapazes quanto para as moças. A própria ideia do filme, a de mostrar uma mulher que não quer ter uma relação estável por medo de magoar alguém – ou de ser magoada, quem sabe – e que prefere uma relação apenas de sexo casual, não é exatamente original. E muito menos o é o desenvolvimento e principalmente o final, que todo mundo já sabe. São raras as comédias românticas que conseguem fugir da fórmula e trazer algo novo e SEXO SEM COMPROMISSO (2011) não se enquadra nessa categoria.

O que não é nenhum problema para o público, que pode até preferir ESPOSA DE MENTIRINHA (ainda em cartaz), mas que também vai querer prestigiar mais esse romance da vez. Aliás, impressionante como parece que todo fim de semana estreia um filme novo desse subgênero. Hollywood se tocou que filmes que fazem a cabeça da mulherada vendem bem mais.

É difícil diagnosticar exatamente o problema de SEXO SEM COMPROMISSO. Afinal, para um espectador do sexo masculino, por exemplo, colocar-se no lugar do personagem de Ashton Kutcher poderia ser fácil. Quem não gostaria de fazer sexo com Natalie Portman, nem que fosse segundo as regras dela? Claro que em determinado momento, a coisa ia doer um pouco, principalmente no caso de o sujeito se apaixonar. E isso, todo mundo sabe que acontece no filme. O problema é que é bastante difícil se colocar no lugar de Kutcher. Talvez por ele ter uma cara de bobalhão demais. Talvez não queiramos ser tão bobalhões.

Um crítico do jornal Diário de Pernambuco lembrou muito bem de UMA RELAÇÃO PORNOGRÁFICA, um filme belga muito interessante no qual se vê a tentativa de construção de uma relação baseada apenas no sexo, sem laços afetivos. Totalmente diferente do denso e doloroso drama de Frédéric Fonteyne, SEXO SEM COMPROMISSO dilui tudo. De modo que nem mesmo o esperado final emocionante, no qual os dois amores decidem permanecer juntos, de emoção, passa longe. Bola fora de Ivan Reitman. Seu filho (Jason Reitman, de JUNO e AMOR SEM ESCALAS) teria feito com muito mais classe.

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