domingo, março 27, 2011

SUCKER PUNCH – MUNDO SURREAL (Sucker Punch)



Zack Snyder começou a ser um cineasta que despertou a antipatia de boa parte de cinéfilos e críticos quando despejou nos cinemas 300 (2006), a adaptação da famosa graphic novel de Frank Miller. O filme era bem carnavalesco e até dava para se divertir com ele, mas realmente não é uma obra para se levar a sério. Quando o diretor adaptou outra graphic novel, uma mais famosa ainda, que aqui chamaram de WATCHMEN – O FILME (2009), houve um melhor tratamento com relação à obra original, até porque o próprio Alan Moore já deixou seus quadrinhos quase como storyboards bem desenhados (por Dave Gibbons). E o que Snyder fez para deixar a sua marca foi utilizar seu recurso preferido: a câmera lenta; bem como do seu segundo recurso preferido: o uso de canções pop.

Em SUCKER PUNCH – MUNDO SURREAL (2011) esses dois elementos são usados e abusados a ponto de encher a paciência do espectador. Ou convidá-lo ao sono, especialmente nas cenas que se passam na mente da protagonista (Emily Browning), quando ela dança e vai parar em outro mundo, onde é uma espécie de super-heroína de videogame, num ambiente tão artificial quanto o de CAPITÃO SKY E O MUNDO DE AMANHÃ. O que não quer dizer que quando a história se passa dentro do manicômio onde a garota é largada pelo padrasto perverso o filme seja no mínimo satisfatório. Mas pelo menos, nesse mundo mais "real", SUCKER PUNCH torna-se um pouco mais assistível.

No prólogo do filme, até daria para elogiar Snyder como contador de histórias sem utilização de diálogos, já que ele volta às origens e faz videoclipes utilizando canções clássicas como "Sweet dreams (are made of this)", dos Eurythmics, passando por "Where is my mind?", dos Pixies, e até mesmo "Tomorrow never knows", dos Beatles. (Ninguém respeita mais nada mesmo.) Mas a base principal das versões das canções vem de "Army of me", da Björk.

O filme tem uma característica de adaptação de videogame pelo enredo, no qual a jovem é enclausurada com a intenção de ser lobotomizada, mas que busca no mundo irreal artifícios para fugir de lá, através de coisas que ela deve obter para conseguir fugir. Junto com ela, outras meninas topam a difícil e perigosa fuga. A presença de Abbie Cornish entre as meninas até poderia ser interessante, afinal ela aparece com pouca roupa e de maneira diferente do que se costuma ver. Mas em um filme tão constrangedor e no meio de garotas de idade inferior à dela, já uma mulher, me pareceu um equívoco duplo para a bela atriz. SUCKER PUNCH é aquele tipo de filme que faz a gente ter vergonha de estar vendo.

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