quinta-feira, março 31, 2011

ATIVIDADE PARANORMAL EM TÓQUIO (Paranômaru Akutibiti: Dai-2-shô - Tokyo Night)



Quem são mais picaretas: os americanos, que fizeram os seus remakes de O CHAMADO e O GRITO, ou os japoneses que fizeram um remake do americano ATIVIDADE PARANORMAL? E por falar nos japoneses, passada a onda, por onde andam Hideo Nakata e Takashi Shimizu? Vai ver estão seguindo suas carreiras, mas infelizmente o mercado exibidor capitaliza em cima do hype. Uma vez passado, por melhor que sejam as carreiras de seus realizadores, eles ficam esquecidos. Mas falemos um pouco dessa nova picaretagem, ATIVIDADE PARANORMAL EM TÓQUIO (2010).

O filme é um remake disfarçado de continuação do original americano. Ainda assim, há algo próprio dos japoneses, obviamente, que se transmuta para esta nova versão. A começar pela ambientação mais fechada, numa casa menor, o que supostamente poderia gerar um clima mais claustrofóbico. Infelizmente, toda tentativa de causar terror do filme vai por água abaixo e tudo o que muita gente falou dos dois exemplares americanos, eu posso dizer dessa versão japonesa: é chato, não assusta e dá sono. Até porque o efeito de originalidade vai pro esgoto para quem já viu os dois filmes. Seria preciso modificar bastante o enredo e ter um diretor com ótimo poder de causar sustos e de prender a atenção do público para fazer a coisa funcionar. Talvez não seja o caso de Toshikazu Nagae.

Na trama, uma jovem volta de uma viagem dos Estados Unidos com as duas pernas quebradas. Como o pai dela viaja a negócios, cabe ao irmão cuidar dela durante o longo período de convalescência. Como é de se esperar, logo a garota passa a contar para o irmão sobre estranhos incidentes que acontecem em seu quarto durante a noite. O primeiro deles é a cadeira de rodas, que mudou de lugar. O rapaz logo suspeita que se trata de um espírito, que a casa esteja assombrada, e utiliza uma câmera de vídeo para flagrar alguma coisa durante a noite. O resto do filme não difere muito da primeira produção americana. O que há de diferente é a estranheza na utilização de crenças cristãs dentro da cultura nipônica, como na cena da cruz. Mas não é de hoje o interesse dos japoneses por elementos da Cristandade, mesmo que seja para modificá-los à sua maneira.

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