segunda-feira, março 07, 2011
ESPOSA DE MENTIRINHA (Just Go with It)
Atualmente o cinema americano está com uma safra bem fraca de comédias românticas. Mas não faz muito tempo dava até para estabelecer ligações com clássicos do gênero dos anos 30 e 50. Podemos citar o exemplo de filmes como A PROPOSTA (sim, aquele com a Sandra Bullock), EM SEU LUGAR (com Cameron Diaz), GARÇONETE (com Keri Russell), O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS (com Kate Winslet e Cameron Diaz), GAROTA DA VITRINE (com Claire Danes) e E SE FOSSE VERDADE (com Reese Witherspoon). A própria Jennifer Aniston fez pelo menos um exemplar bem interessante, SEPARADOS PELO CASAMENTO, que se destacava das demais por fugir um pouco das fórmulas manjadas e da estrutura previsível.
E não sei se deu para notar, mas eu citei os títulos com os nomes das atrizes, pois são elas as principais, por mais que um nome como Adam Sandler possa ser fundamental para o sucesso de uma comédia desse tipo. Há que se dar crédito a Aniston, a do elenco de FRIENDS que teve mais sorte em Hollywood. Justamente fazendo comédias românticas. Tudo a ver com o que ela fazia na série de tv, mas não necessariamente com o mesmo brilho. Ela ainda está em forma (fisicamente falando também), mas os trabalhos que tem feito são daqueles de se entrar com um pé atrás na sala de cinema. São mais programas para namorados no fim de semana do que bons filmes.
ESPOSA DE MENTIRINHA (2011), de Dennis Dugan, é um caso típico. Segue à risca a fórmula do gênero, embora tenha até um ponto de partida interessante. Na trama, Sandler é um cirurgião plástico que se acostumou a ficar com mulheres usando o estratagema da aliança no dedo e do velho papo de que o casamento está em crise para abocanhar as "vítimas". Até o dia que ele se apaixona de verdade por uma moça (a bela e semidesconhecida Brooklyn Decker) e ela quer conhecer a tal "ex-esposa" dele. Para sair da enrascada, ele pede a ajuda da amiga e colega de trabalho vivida por Jennifer Aniston. E a partir daí o filme vai construindo uma série de confusões e trapalhadas envolvendo mentiras atrás de mentiras.
O filme tem os seus momentos, em especial graças a Sandler, mas o final desinteressante e que supostamente deveria dar uma aquecida nos corações dos espectadores se revela tão sem graça que se percebe que houve um problema de falta de química entre os atores mais do que de direção - embora Dugan se mostre geralmente preguiçoso, vide o seu trabalho anterior, GENTE GRANDE (2010), um verdadeiro desperdício de talentos e mais uma das várias parcerias do diretor com Sandler. Pelo menos dá pra dizer que em ESPOSA DE MENTIRINHA ele se recuperou um pouco, ainda que não o suficiente. Mas sabe o que é o mais embaraçoso no filme? A participação de Nicole Kidman. Sua personagem é tão ridícula e seu rosto está tão esticado que, num filme que fala de cirurgias plásticas, parece até que foi de propósito que a elencaram.
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