O filme tem um jeitão daqueles dramas noir violentos dos anos 40 e 50, inclusive pela utilização de uma fotografia escura. E a violência é parte importante do filme. As duas sequências mais impactantes de O FIM DA ESCURIDÃO são de uma violência brutal. No começo do filme, não sabemos muito sobre o personagem de Gibson. A princípio, ele é um pai que vem buscar a filha no aeroporto. Ela veio visitá-lo e, pela conversa no carro, durante uma chuva torrencial, sentimos que a relação dos dois não é exatamente aberta. Não leva muito tempo e já vemos que há algo de errado com a filha. Seu brutal assassinato é ainda mais rápido, mas é a base para a alma do filme, que é a busca do pai, policial de Boston, pelos sujeitos que fizeram aquilo com sua filha.
O catolicismo está presente em pequenos detalhes, como no crucifixo que o personagem de Gibson carrega no pescoço, na valorização do sangue inocente e na própria jornada de sacrifício e culpa do protagonista. Como é de costume, Campbell entrega um filme competente. Tem os seus grandes momentos, mas também momentos pouco interessantes. Mas o saldo final é positivo. Gosto de alguns coadjuvantes, como o vilão, vivido por Danny Huston, e o misterioso Jedburgh, interpretado por Ray Winstone, representante da parte britânica da produção. Gosto também do jeito violento que o policial vivido por Gibson tem de resolver as coisas, bem coerente com a carreira do ator/diretor.
Quanto a Campbell, ele será o diretor de LANTERNA VERDE, previsto para estrear nos cinemas no ano que vem. Apesar de um projeto bem mais arriscado (trata-se de um herói complicado para o cinema), acredito que o diretor mais uma vez se sairá bem.
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