(500) DIAS COM ELA (2009) aposta na narrativa não-linear para mostrar diferentes momentos da vida do jovem Tom (Joseph Gordon-Lewitt) desde o momento em que Summer (Zooey Deschanel) surge como um furacão. A estrutura do filme obedece à lógica de nossas memórias, que selecionam aleatoriamente momentos que julgamos especiais, sejam de prazer, sejam de dor.
O filme já começa dizendo que não é uma história de amor. Mesmo assim, muita gente sai da sessão frustrado por ter testemunhado uma situação um pouco mais realista. Summer, mesmo sem querer, despedaça o coração de Tom. E não é só porque ela é linda e charmosa. Tom, ao ser picado pelo veneno da paixão, sente tudo o que uma pessoa apaixonada sente, para o bem e para o mal. E por mais que esse sentimento já tenha sido tão explorado em livros, filmes, músicas etc. é preciso sentir na pele para entender de verdade.
(500) DIAS COM ELA mostra vários estágios de um relacionamento com começo, meio e fim. A alegria, por exemplo, de quando ele faz amor com ela pela primeira vez é tanta que o filme pega emprestado o registro musical para enfeitar ainda mais esse momento. Marc Webb, vindo dos videoclipes, dirige o seu primeiro longa-metragem. E mostra talento. Uma das sequências mais inventivas do filme é quando a tela se divide ao meio e vemos de um lado a expectativa positiva do protagonista e de outro o que realmente ocorre. E é curioso – e também doloroso – ver o quanto a realidade no final espreme e destrói a fantasia.
Webb foi recentemente escolhido para dirigir o próximo filme do Homem-Aranha. Não duvido que saia coisa boa daí.
P.S.: E hoje saíram os indicados ao Oscar 2010. Sabe que eu não gostei desse negócio de dez longas concorrendo ao prêmio principal? Diminui ainda mais a importância da indicação. E no fim das contas a gente já sabe que pelo menos cinco filmes da lista não têm a mínima chance de ganhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário