Meu interesse inicial em TUDO EM FAMÍLIA (2005) foi pelo elenco feminino. Gosto muito de Sarah Jessica Parker (principalmente por causa de sua personagem em SEX AND THE CITY), da nova sensação Rachel McAdams, de Claire Danes e da minha musa "woodyalleniana" favorita Diane Keaton, cada vez mais assumindo papéis de pessoas mais velhas. Ela já havia feito uma cena de nudez bastante ousada em ALGUÉM TEM QUE CEDER e agora dá mais um passo rumo à aceitação da terceira idade.
Porém, quem eu gostei mais no filme foi da Rachel McAdams, que faz o papel da moça implicante que não vai com a cara da cunhada (Sarah Jessica Parker, indicada ao Globo de Ouro pelo papel) que o irmão (Dermot Mulroney) traz para a festa de natal da família com o propósito de propor-lhe casamento. Sua família é liberal: os cabeças (Diane Keaton e Craig T. Nelson) aceitam o namorado do filho surdo numa boa, tratando-lhe com todo o carinho. Um dos momentos mais tocantes do filme é quando Diane Keaton demostra o seu imenso amor de mãe ao filho com deficiência auditiva. O curioso é que o filme critica um pouco uma certa intolerância a críticas que as famílias democratas demonstram ter. Há uma espécie de ditadura do politicamente correto.
O foco do filme está principalmente no relacionamento entre Mulroney e Sarah e na dificuldade que ela tem de se entrosar com a família, que por sua vez também não lhe dá folga. Ela é muito nervosa e tensa, não consegue relaxar nenhum momento e ainda por cima tem que agüentar uma menina chata lhe enchendo o saco. A menina chata, Rachel McAdams, está adorável. Nem quando é insuportável de chata eu deixo de gostar dela. Quem também brilha muito é Claire Danes, que aparece lá pelo meio do filme e chama bastante a atenção. Talvez o problema do filme esteja mais na maneira muito rápida com que as coisas se resolvem entre os personagens, mas é algo que dá pra relevar. A relação de Sarah com Luke Wilson é até melhor trabalhada.
TUDO EM FAMÍLIA equilibra muito bem momentos de puro melodrama com outros de comédia pastelão, que às vezes surge como uma espécie de alívio cômico. Por conta de seus vários clichês (que não me incomodaram nenhum pouco, quero deixar claro), o filme vem sendo recebido com certo cinismo pela crítica. Acho que se o filme tivesse sido lançado aqui no natal talvez tivesse um maior impacto nas emoções do público, já que no final do ano as pessoas costumam ficar mais sensíveis. Mas independente da época do ano, o filme emociona bastante, principalmente as pessoas que têm um carinho especial por suas próprias famílias. Quem nunca pensou que um dia alguém que a gente ama muito pode não estar mais entre nós? Essa possibilidade pode ser algo que a gente até evita pensar, mas ela faz com que momentos aparentemente banais ganhem um significado muito maior.
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