quarta-feira, setembro 21, 2005

MICKEY ROURKE EM DOIS FILMES



Mickey Rourke era um dos astros mais populares dos anos 80, graças a filmes como 9 E 1/2 SEMANAS DE AMOR (1986), O SELVAGEM DA MOTOCICLETA (1983), O ANO DO DRAGÃO (1985) e CORAÇÃO SATÂNICO (1987). Mas, já a partir de 1987, alguma coisa estranha começou a acontecer com Rourke. Não sei direito o que foi. Talvez por conta de seu espírito rebelde, de seu gosto pelo boxe, ele começou a fazer papéis de personagens marginais, como os dos dois filmes abaixo. Também não sei direito o que aconteceu com seu rosto, que agora está todo detonado. Teria sido uma cirurgia plástica mal sucedida? Sua perda de popularidade nos anos 90 coincidiu com esse rosto novo e ele começou a se posicionar mais como coadjuvante, geralmente no papel de vilão, ou como protagonista de filmes B. Esperava-se que o papel de Marv em SIN CITY (2005) fizesse a Rourke o mesmo que aconteceu com John Travolta em PULP FICTION, mas não foi bem isso que ocorreu.

BARFLY - CONDENADOS PELO VÍCIO (Barfly)

Antes de ver o filme, tinha lido o livro de Charles Bukowski, "Hollywood". O livro do "velho safado" é bem divertido, mas confesso que fiquei um pouco decepcionado, talvez por ter lido um pouco antes uma obra maravilhosa de John Fante ("Sonhos de Bunker Hill") - os dois autores guardam muitas semelhanças. O livro de Bukowsky é um romance baseado em sua experiência como roteirista de cinema. O roteiro que ele fez resultou nesse BARFLY - CONDENADOS PELO VÍCIO (1987), dirigido por Barbet Schroeder, e inspirado em sua vida boêmia. Gostei mais do que esperava, já que não tenho muita paciência de ver bêbado no cinema. É que o filme tem toda uma idéia de desapego à vida e às coisas efêmeras que acabou sendo bastante simpático pra mim. Ainda assim, prefiro CRÔNICA DE UM AMOR LOUCO (1981), de Marco Ferreri, outro filme baseado em sua vida de escritor alcóolatra. Ainda mais pela presença da maravilhosa Ornella Mutti.

UM ROSTO SEM PASSADO (Johnny Handsome)

Quando eu ouvi a guitarra triste de Ry Cooder enquanto rolavam os créditos iniciais de UM ROSTO SEM PASSADO (1989), fiquei logo animado. O músico já tinha trabalhado antes com o diretor Walter Hill - em A ENCRUZILHADA (1986) e em RUAS DE FOGO (1984) -, mas era a música que ele fizera para a trilha de PARIS, TEXAS que conquistou muita gente e marcou sua carreira no cinema. UM ROSTO SEM PASSADO é um bom filme, mas levando em consideração aquele início empolgante, senti que o filme perde um pouco o fôlego do meio pro final. Na trama, Mickey Rourke é um sujeito que tem o rosto deformado de nascença. Depois de ir preso por participar de um roubo, ele aceita fazer parte de uma experiência do governo. Pra isso, ele se submete a uma cirurgia plástica que faz o milagre de torná-lo bonito. E o mais importante, irreconhecível para os seus inimigos, aqueles de quem ele quer se vingar. Como história de vingança, eu não gostei muito do filme não. Por isso, que prefiro a primeira metade. O elenco é cheio de rostos conhecidos. Além de Rourke, marcam presença: Ellen Barkin, Elizabeth McGovern, Morgan Freeman, Forrest Whitaker e Lance Henriksen.

Gravados da BAND.

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