sábado, julho 02, 2016

PROCURANDO DORY (Finding Dory)



O 17º longa-metragem da Pixar é mais uma aposta em uma ambientação familiar, isto é, mais uma sequência de um sucesso da produtora. Assim como já fizeram com TOY STORY (1995), MONSTROS S.A. (2001) e CARROS (2006), agora chegou a vez de revisitar os personagens de PROCURANDO NEMO (2003), um dos filmes mais queridos do estúdio. Como se trata de uma obra marcante na história da animação ocidental, e que encantou adultos e crianças, a continuação teria que ser também especial.

PROCURANDO DORY (2016), por mais que digam que seja inferior ao filme original, é bom que se perceba que se trata de um trabalho diferente, com algumas ousadias na inclusão de aspectos mais sombrios, como o pânico de se estar perdido sentido pela protagonista desmemoriada, e também é uma ode à superação, uma história sobre alguém que sofre de um problema mental, mas que consegue não apenas atingir o seu objetivo, como ser um exemplo de obstinação e até de heroísmo.

Mas até chegar lá, não é nada fácil para nossa heroína. O filme começa com um pequeno prólogo, apresentando a pequena Dory ainda morando com os pais, antes de se perder, ficar adulta e conhecer Marlin, o perturbado pai do desaparecido Nemo, e ajudá-lo em sua jornada em busca do filho. Difícil não se solidarizar com a personagem, que sofre de perda de memória recente e por isso acaba não conseguindo muitos amigos. O filme se passa um ano após os eventos de PROCURANDO NEMO. Agora Dory mora com Marlin e Nemo e de vez em quando tem sonhos com sua família, flashes que podem servir de pistas para que ela possa reencontrar seus pais.

De certa forma, o foco na busca da heroína em encontrar sua família encontra paralelo no filme anterior do estúdio, O BOM DINOSSAURO (2015), embora aposte menos nas lágrimas e mais no desespero e na pressa de seus personagens. Na verdade, se não houvesse um filme como PROCURANDO NEMO como um predecessor, PROCURANDO DORY estaria sendo louvado como um dos grandes filmes do estúdio.

Quem for ver o filme numa sala IMAX poderá ter uma experiência ainda melhor, já que, com o tamanho gigante da tela, temos a impressão de estarmos bem pertinho de um aquário gigante. Como os personagens humanos aparecem bem pouco, o foco é nos animais aquáticos. Destaque para alguns personagens que ajudam Dory na jornada, como o polvo com medo de espaços abertos Hank, a tubarão baleia míope Destiny e o inseguro beluga Bailey. Como se vê, a maioria dos personagens sofre de transtornos físicos, psicológicos ou mentais e essa é uma das belezas do filme: mostrá-los como capazes de enfrentar suas próprias limitações.

Falando em desafios, antes de o filme começar, a Pixar presenteia mais uma vez seus espectadores com um curta muito bonito: PIPER - DESCOBRINDO O MUNDO, de Alan Barillaro, sobre um passarinho que enfrenta um breve trauma – como uma onda gigante que o arrasta e faz com que ele fique inseguro para sair para se alimentar junto com sua mãe e seus irmãos, na praia – e o modo como ele consegue aprender a enfrentar esse problema. E isso é mostrado de uma maneira muito poética e graciosa.

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