sexta-feira, abril 06, 2012

A PEQUENA LILI (La Petite Lili)



Faleceu na última quarta-feira, dia 4, aos 70 anos, Claude Miller, cineasta francês importante, mas cujos filmes tiveram pouca repercussão no Brasil, sendo boa parte deles inéditos. Eu, pelo menos, só tive a chance de ver dois de seus filmes no cinema: LADRA E SEDUTORA (1988), do qual pouco lembro, pois vi na aurora de minha cinefilia, e BETTY FISCHER E OUTRAS HISTÓRIAS (2001), exibido numa das edições do Festival Varilux do Cinema Francês. Como costumo fazer quase sempre com a morte de algum cineasta importante, aproveito a oportunidade para homenageá-lo, fazendo o mínimo: vendo uma obra sua. A única que tinha à minha disposição era este A PEQUENA LILI (2003), que, vou confessar, só baixei por causa do corpo espetacular de Ludivine Sagnier.

O filme, inclusive, já começa com a beleza do corpo nu de Ludivine junto à natureza. Nesses primeiros minutos que acontecem junto com os créditos iniciais e com a câmera muitas vezes bem próxima, ela faz amor com um jovem rapaz, Julien (Robinson Stévenin), aspirante a cineasta que a usa como musa de seu primeiro curta-metragem experimental. Quando vai exibir o filme para sua família, com a presença de Lili, a mãe de Julien (Nicole Garcia) mostra-se nitidamente incomodada com o filme, impaciente, o que faz com que o rapaz tenha um arroubo de raiva e interrompa a sessão, por se sentir desrespeitado. Dá para entender o sentimento de Julien; afinal, o máximo que se poderia querer, principalmente de uma mãe, era o apoio. O rapaz, ainda por cima, perde Lili para um sujeito mais velho (Bernard Giraudeau).

O filme é divido em dois grandes segmentos. O primeiro é todo ligado à estrutura familiar de Julien, com muitas falas (o filme é baseado numa peça de Anton Chekhov, mas o cinema francês é verborrágico, independentemente disso), mas com uma câmera que segue os atores com habilidade. O segundo segmento se passa dois anos após o primeiro e vemos o que mudou na vida das pessoas apresentadas no primeiro. Quem aparece para abrilhantar esse segundo segmento é Michel Piccoli, interpretando a si mesmo. A PEQUENA LILI não é dos melhores trabalhos de Miller, mas vale assistir, principalmente para quem é fã de Ludivine.

P.S.: Tem edição nova da Revista Zingu! no ar, com o dossiê Astolfo Araújo e o especial Carlos Coimbra. Tive pouca participação nessa edição, tendo escrito apenas sobre o filme LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO, de Carlos Coimbra. Confiram AQUI!

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