terça-feira, outubro 18, 2011
O FILME DOS ESPÍRITOS
De todos esses filmes espíritas, do fraco mas pioneiro BEZERRA DE MENEZES – O DIÁRIO DE UM ESPÍRITO, passando pelo ambicioso CHICO XAVIER, pelo milionário NOSSO LAR e pelo melodrama assumido AS MÃES DE CHICO XAVIER, posso dizer que gostei de todos. Gostar não significa dizer que eu considere todos eles bons, mas que me pareceram dignos e alguns, de uma maneira ou de outra, me emocionaram. Infelizmente não é o caso deste O FILME DOS ESPÍRITOS (2011), de André Marouço e Michel Dubret.
Talvez a única coisa de valia no filme seja a presença de Ênio Gonçalves, um dos grandes atores do cinema brasileiro, homenageado na penúltima edição da Revista Zingu! e que infelizmente tem que se sujeitar a papéis como esse. Se bem que o papel até é mais importante do que eu imaginava. Achei que os diretores fossem colocá-lo apenas como um garçom sem importância alguma na narrativa. Ainda assim é pouco para um ator de tal gabarito e serviços prestados ao nosso cinema.
Nelson Xavier está de novo presente, não como Chico Xavier, mas como um médico sensível às almas necessitadas de proteção - no caso, os doentes mentais de sanatórios -, que descobre que está com câncer em fase terminal. Mas o protagonista do filme é mesmo Reinaldo Rodrigues, um sujeito que chega ao fundo do poço depois da morte da mulher e até pensa em suicídio, quando um gari lhe dá de presente "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec. É o início de sua recuperação e busca pela verdade.
De todos os filmes espíritas exibidos no cinema, é este O FILME DOS ESPÍRITOS que mais parece uma propaganda institucional da doutrina kardecista. Não que a doutrina não mereça ser divulgada, mas passa uma impressão vulgar diante de um trabalho tão mal orquestrado, com direção e texto ruins. É o caso de filme que não tem nenhuma cena que se salve. Do ponto de vista do espiritismo, talvez as palavras e as ações do personagem de Nelson Xavier sejam o mais próximo disso.
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