quinta-feira, julho 14, 2011
HAPPINESS IS A WARM BLANKET, CHARLIE BROWN
Recebi recentemente do amigo Renato Doho uns dvds contendo alguns filmes interessantes. O que mais me deu vontade de ver logo foi este HAPPINESS IS A WARM BLANKET, CHARLIE BROWN (2011), mais recente desenho animado da turma do Charlie Brown e lançado em dvd em março nos EUA. O motivo da vontade de ver é óbvio: saudosismo. Quem é da minha geração ou próximo a ela vai se lembrar com carinho da série que passava na tv durante as manhãs com Charlie Brown, Snoopy e cia. O carinho que eu tinha por esse desenho se dava principalmente porque, assim como o protagonista, eu também era tímido e despreparado para o mundo. Meu mundo era praticamente a escola e os amigos do bairro, mas mesmo assim, para mim, já era um mundo amedrontador o bastante. E era bom ter com quem se identificar.
HAPPINESS IS A WARM BLANKET, CHARLIE BROWN só não me agradou mais por não se centrar em Charlie Brown, mas em seu amigo Linus, aquele que fica o tempo todo agarrado com um cobertor azul e com frequência põe o polegar na boca. A trama gira em torno de seus amigos tentarem tirar esse hábito feio do garoto. Para Linus, aquele cobertor é como uma droga, algo de que ele não consegue se desvencilhar, por mais que sua irmã Lucy reprove e tente tirar aquela mania dele a todo custo.
Embora se estenda mais do que deveria para uma trama tão simples, o barato do pequeno filme de menos de uma hora é poder rever parte da turma, como a Lucy, que continua apaixonada pelo pianista Schroeder, fã de Beethoven. Aliás, que lindo ouvir Schroeder tocando Sonata ao Luar, uma das mais tristes e belas composições já feitas. No mais, senti falta de outros personagens marcantes, como a Patty Pimentinha. De todo modo, a temática é abrangente: pode tanto remeter às drogas como a uma falha ou necessidade humana. Linus, como o filósofo da turma, sabe bem expressar isso no final do filme. O desenho foi baseado em uma tira de Charles Schultz e mantém um padrão clássico de animação que ficou bem bonito, com sua frequente ausência de cenários.
P.S.: Está no ar a edição de julho da Revista Zingu! O destaque do mês é o Dossiê Tony de Souza, outro diretor da Boca do Lixo que também desempenhou outras funções em sua carreira. Mas as tradicionais colunas estão inspiradas. Tem desde a discussão sobre o que é cinema brasileiro (por Laura Cánepa) até o texto apaixonado de Matheus Trunk sobre O SEXO NOSSO DE CADA DIA, de Ody Fraga.
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