segunda-feira, agosto 02, 2010

SALT



Angelina Jolie está no auge. E SALT (2010) representa uma coroação deste momento brilhante que ela está vivendo. Por mais que ela já tenha ganhado prêmios importantes na indústria, eu sinto mais satisfação em vê-la mais bela do que nunca como heroína de ação num filme feito por quem entende do riscado e não adota as montagens picotadas de um Paul Greengrass, para citar o exemplo mais óbvio. Phillip Noyce já havia dirigido dois bons filmes baeados na série de livros do personagem Jack Ryan - JOGOS PATRIÓTICOS (1992) e PERIGO REAL E IMEDIATO (1994). Logo, ele é de outra escola de filmes de ação, onde se pode ver o que de fato está acontecendo na tela. E a experiência de Noyce em filmes mais políticos ou politizados também ajuda, embora SALT seja, antes de mais nada, diversão escapista de qualidade.

Angelina Jolie tem uma vida que daria um filme melhor do que qualquer obra que ela já fez, mas enquanto não sai uma cinebiografia da atriz, é um prazer vê-la bem à vontade num trabalho tão físico quanto SALT. Sua personagem tem um quê de mistério no olhar e isso ela consegue transmitir desde a cena em que o agente russo entra no escritório da CIA para dizer, na frente de seus colegas de trabalho, que ela, Evelyn Salt, é uma espiã russa infiltrada com o objetivo de matar o presidente da Rússia. Sim, a guerra fria parece nunca ter fim no cinema americano. Por mais que ela tenha acabado, vez ou outra a ficção americana lida com espiões, bombas e outras coisas relativas à antiga União Soviética.

Assim, Salt seria, segundo o velho russo, uma garota que cresceu num grupo de crianças com o objetivo de se infiltrar de tal maneira na sociedade americana que ninguém jamais suspeitaria de seus segredos. Sem admitir ficar presa numa sala fechada até ser considerada inocente pela CIA, ela foge de maneira espetacular. Não há câmeras de segurança, portas ou homens que a segurem. E aí começa um dos jogos de gato e rato mais empolgantes do cinema americano atual. Que não precisa se fazer de inteligente para enganar a plateia. A trama é simples e clara para um thriller de espionagem, apesar das inúmeras reviravoltas e das dúvidas que sua personagem provoca na plateia quanto às suas intenções. E eu digo isso como um elogio.

Mas o que seria do filme se não fosse a presença sempre vibrante e bela de Jolie? De cabelos loiros ou morenos, com uma arma na mão ou pulando em cima de caminhões, relembrando o passado em flashbacks ou segurando as lágrimas para se mostrar forte quando preciso, Jolie está tão bem que a gente até esquece de comentar do bom elenco de apoio: Liev Schreiber como o colega de trabalho mais preocupado; Chiwetel Ejiofor como o agente correto e que não se importa em atirar para matar em Salt; e Daniel Olbrychski como o agente russo. E não deixa de ser também divertido ver os americanos dando as suas alfinetadas logo no começo do filme no ditador norte-coreano Kim Jong-il.

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