domingo, dezembro 28, 2008
HOUSE – SEGUNDA TEMPORADA (House M.D. – Season Two)
Nesta temporada de festas de final de ano, enquanto a maior parte dos colegas blogueiros está entrando de recesso de suas atividades, eu estou aproveitando até os sábados e domingos para postar, embora a preguiça esteja querendo me dominar. Acho que não quero é deixar filme de 2008 para resenhar quando retornar da viagem do reveillon e ainda vou tentar preparar a minha lista de melhores do ano para o dia 30, se tudo der certo. Enquanto isso, falemos de uma das séries mais legais já criadas: HOUSE, que em sua segunda temporada (2005/2006) parece ter atingido o seu ápice criativo. Poucas séries de mais de vinte episódios por temporada conseguem ser tão boas quanto essa série médico-investigativa.
O problema de se escrever sobre essas temporadas longas e vistas num intervalo de tempo prolongado – via a série sempre que encontrava espaço entre os filmes e as séries que vinha acompanhando à medida que eram exibidos os novos episódios nos Estados Unidos (PRISON BREAK, THE OFFICE, ENTOURAGE, DEXTER) – é que a memória trata de apagar ou de deixar num cantinho sombrio do nosso cérebro até episódios memoráveis e emocionantes. Assim, torna-se necessário passar os olhos num guia de episódios para refrescar a memória.
A primeira temporada havia terminado com a entrada em cena da ex-esposa de Gregory House, que é admitida como advogada do hospital. A presença constante da mulher que é provavelmente o amor da vida de House faz com que ele se desestabilize emocionalmente, mas também reacende o fogo da paixão no sofrido e sarcástico médico. Tanto que ele até fica melhor das dores na perna por causa disso. O problema é que a mulher está casada com um paciente apresentado no final da temporada anterior, que agora se encontra de cadeira de rodas e sofrendo com a rejeição da esposa. Como House não é bem um exemplo de ética nos relacionamentos, ele não costuma pensar muito no marido, que encara como um rival, em suas tentativas de reconquistar a esposa. A seqüência de episódios em que Stacy, a esposa, está presente, é das melhores da série. Destaque para o episódio "Failure to Comunicate", onde House e Stacy (a bela Sela Ward) estão num aeroporto. Mas não demora muito para que a série volte à sua normalidade e o Dr. House volte a ser solteiro e dedicado exclusivamente ao trabalho, embora se mostre um tanto quanto preguiçoso, só se interessando mesmo pelos casos mais complicados.
Entre os episódios com casos mais tocantes está "Autopsy", em que uma garotinha com câncer é encaminhada pelo Dr. Wilson a House por estar sofrendo de alucinações que nada têm a ver com a doença. O método empregado no final pelo médico é bem corajoso e perigoso para a garotinha, mas acaba por salvar a vida dela. A recompensa no final vale mais do que qualquer dinheiro. Trata-se de um dos episódios mais dramáticos e bonitos de toda a série. Difícil não chorar no final.
Por falar em dramático, um dos episódios especiais dessa segunda temporada envolve um dos médicos do grupo de House, que contrai uma doença contagiosa e perigosa de um policial. "Euphoria" é o primeiro episódio duplo da série e lida novamente com questões éticas e afetivas das mais interessantes. Quem também corre risco de vida nessa temporada é a bela Cameron, que ao tratar de um paciente com Aids é recebida com sangue do doente em seu rosto, quando ele, por acidente, tosse sangue na jovem. E falando em doenças estranhas, um dos episódios mais curiosos é "Daddy’s Boy", no qual um jovem, enquanto está se divertindo com os colegas, passa a sentir estranhos choques elétricos. Outro caso curioso está no já citado "Failure to Comunicate", onde um jornalista, depois de cair numa festa de família, acorda sem poder se comunicar. O que ele fala não é exatamente o que ele pensa que está falando. Outro episódio interessantíssimo é "Safe", onde uma jovem que tem sérios problemas imunológicos sofre um ataque alérgico quando seu namorado a visita. O final desse episódio reserva um misto de espanto e riso.
E riso é o que não falta nessa segunda temporada, mesmo sendo tão dramática. House apronta das suas com Wilson, que está separado da esposa e passa uma temporada dormindo na casa do colega. Agir como House e ter um amigo como Wilson é uma prova de que um sujeito pode ser mesmo um grande amigo. A amizade de Cameron e Foreman também é posta à prova. Bem como a amizade de Cameron e Chase, que em determinado episódio, surpreendentemente, experimentam os prazeres do sexo. E o episódio "House vs God" lembra um pouco o filme SANGUE NEGRO, quando um jovem pastor evangélico vai parar no hospital, depois de ter passado mal durante um culto. Mas mesmo no meio de tantos episódios ótimos e impressionantes, nada nos prepara para "No Reason", o season finale que pode mudar o rumo da série. E isso só pode ser comprovado ao ver a controversa terceira temporada, que pretendo conferir no próximo ano.
Agradecimentos ao amigo Zezão, que fez a gentileza de me emprestar a segunda temporada completa.