sexta-feira, dezembro 01, 2006

MASTERS OF HORROR: JOHN CARPENTER'S PRO-LIFE



Até que enfim um filme que me animou e me entusiasmou de verdade nessa segunda temporada de MASTERS OF HORROR. John Carpenter bota pra arrebentar e consegue superar o já excelente CIGARETTE BURNS (2005). Seu PRO-LIFE (2006) tem elementos de O BEBÊ DE ROSEMARY, de Roman Polanski - a menina grávida do capeta - e de NASCE UM MONSTRO, de Larry Cohen, mas também vem com a já tradicional homenagem a RIO BRAVO, de Howard Hawks, como em ASSALTO À 13º D.P. (1976) e FANTASMAS DE MARTE (2001).

Contar a trama é estragar a delícia que é acompanhar as surpresas que o filme nos proporciona, portanto vou falar pouco do enredo. (Quem quiser, claro, pode pular para o próximo parágrafo.) O filme traz Ron Perlman (de HELLBOY) no papel de um homem capaz de intimidar uma cidadezinha. Sua filha (a bela Caitlin Wachs, conhecida de quem acompanhou a série COMMANDER IN CHIEF) está grávida e vai parar numa clínica de abortos, doida para se livrar de uma criança que ela diz ser filho de um demônio. Devido aos estranhos incidentes que acontecem durante a ultra-sonografia, o médico começa a acreditar na menina. Enquanto isso, o pai da garota tenta de tudo para entrar na clínica e salvar o bebê.

Uma das coisas que mais me deixou fascinado com o filme foi o modo como Carpenter teceu a trama, dando ao filme um clima de tensão e estranheza todo especial, ao mesmo tempo em que há uma linha tênue que separa o drama da comédia. Bem diferente do clima totalmente sombrio do filme anterior do diretor. O roteiro mais uma vez ficou a cargo da dupla Drew McWeeny e Scott Swan, que haviam trabalhado com Carpenter em CIGARETTE BURNS.

Já percebi, pesquisando sobre o filme na internet, que PRO-LIFE não foi uma unanimidade. O que as pessoas mais reclamaram foi do visual do demônio, de um certo descuido nos efeitos especiais em algumas cenas e do clima oitentista. Ora, essa é uma das razões pra eu ter gostado - e muito - do filme. Carpenter não teve medo de parecer ridículo ao mostrar um capeta monstruoso e chifrudo. O banho de sangue também aparece em toda sua glória, para alegria dos fãs do gênero. Talvez PRO-LIFE seja o filme mais violento da antologia, ao lado de IMPRINT, de Takashi Miike, e JENIFER, de Dario Argento. E olha que Carpenter evitou mostrar cenas mais explícitas em alguns momentos, como na cena em que Perlman realiza um "aborto" no dono da clínica. No filme, há também uma citação direta de O ENIGMA DE OUTRO MUNDO (1982).

O próximo filme da série estréia hoje nos Estados Unidos e já é cotado como um dos melhores da antologia: PELTS, do mestre Argento. Eu aposto que é mesmo, já que Argento também está investindo no erotismo.

P.S.: A cópia que eu peguei de PRO-LIFE veio com uma incômoda falta de sincronia entre imagem e som. Alguém mais experimentou o mesmo? Acho que vou procurar outra cópia em melhor estado pra baixar. Alguma sugestão?

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