domingo, dezembro 24, 2006

O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS (The Holiday)



Quando o assunto é comédia romântica, o cinema americano é imbatível, tendo um passado glorioso de filmes dirigidos por mestres como Howard Hawks, Leo McCarey e Douglas Sirk. O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS (2006) presta homenagem às antigas comédias hollywoodianas, através do personagem do veterano Eli Wallach (91), o "feio" de TRÊS HOMENS EM CONFLITO, que no filme de Nancy Meyers interpreta um roteirista aposentado que vive das lembranças de um passado glamoroso e dá dicas de bons filmes para Kate Winslet. Claro que o filme não gira em torno desse personagem, mas a sua presença é importante para prestar a devida homenagem ao gênero e às heroínas fortes do passado, como Irene Dunne e Rosalind Russell.

A trama de O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS já se mostra bem óbvia e até um pouco previsível ao se ver o trailer, muitas vezes veiculado. Ainda assim, o filme oferece ao espectador algumas pequenas surpresas, além das já tradicionais lágrimas furtivas lá pelo final. Por falar em lágrimas, achei interessante o fato de a personagem de Cameron Diaz não conseguir chorar, tornando quase impossível não esperar que no final ela finalmente consiga derramar algumas lágrimas.

Pra quem não mora nesse planeta, eis o enredo básico do filme: duas mulheres, ao sofrerem desilusões amorosas, resolvem trocar de casas durante as festas de fim de ano. O objetivo das duas é fugir da tristeza em um lugar estrangeiro. A americana Cameron Diaz vai para uma cabana numa cidadezinha no interior da Inglaterra e a inglesa Kate Winslet fica temporariamente com a mansão da outra em Los Angeles. Ao chegarem nesses lugares, elas conhecerão dois rapazes que mudarão suas vidas - Jude Law na Inglaterra; Jack Black nos EUA.

É o filme de Nancy Meyers mais bem sucedido e mais redondo. Seus filmes anteriores, DO QUE AS MULHERES GOSTAM (2000) e ALGUÉM TEM QUE CEDER (2003) sofriam de um certo excesso de duração. Curiosamente, O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS é maior em duração que os anteriores, mas parece ser menor. Um dos pontos positivos do filme é não fazer muitos paralelismos com o que acontece com as protagonistas. Cameron Diaz não perde tempo e vai logo transando com o Jude Law assim que se conhecem, enquanto Kate Winslet experimenta algo além de uma história de amor, quando faz amizade com Eli Wallach.

O filme se beneficia também da saudável mistura dos sotaques americanos e britânicos. É um prazer poder ouvir o belo british accent de Kate Winslet, bem como de apreciar sua beleza exuberante. A julgar pelos seus mais recentes filmes, ela não se importa de competir com outras beldades num mesmo filme. Já estou ansioso pra conferir PECADOS ÍNTIMOS, de Todd Field, no qual ela contracena com a Jennifer Connelly. Mas voltando ao filme de Nancy Meyers, o que é mais estranho é mesmo a presença de Jack Black, um ator que foge completamente dos estereótipos dos galãs de filmes românticos. Mesmo assim, Black se sai muito bem, apesar de o caso de amor dele com Winslet não ser tão convicente quanto o da dupla Jude Law-Cameron Diaz.

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