segunda-feira, outubro 27, 2003

EU EM SAMPA - RELATÓRIO DA VIAGEM



Tanta coisa pra contar. Da euforia da viagem ao incômodo com o retorno à minha casa e a pane nos aparelhos eletrônicos do meu quarto. Bom, mas se eu não começar o relatório, não termino mesmo. Então vamos lá.

Voltemos no tempo para a sexta-feira dia 17.10, quando uma moça da BB Tur ligou pra mim dizendo que a gerente dessa empresa iria encontrar comigo na CABEC para me fazer um convite. Eu fiquei com uma puta curiosidade. Que convite seria esse? Seria uma festa de confraternização? Ou iriam me chamar pra trabalhar na empresa?? Não tinha a menor idéia. Foi quando ela me disse que era um convite para ir para um Famtur, um passeio para São Paulo, com tudo pago - hospedagem, viagem e alimentação. Beleza, beleza. Eu não tinha como rejeitar uma oferta dessas, não é?? Até agi de maneira irresponsável: faltei a aula na escola na sexta e deixei de fazer uma prova pra concurso que ia acontecer no domingo. "Eu resisto a tudo menos às tentações." Ainda por cima, em São Paulo está acontecendo, de 17 a 30.10., a Mostra Internacional de Cinema e eu teria uma oportunidade de ouro de ir ver pelo menos um filme da mostra, sentir o clima do evento e ainda conhecer o Renato, a Rosângela e o Tiago, meus queridos amigos da Cinefelia.

Pois bem. Depois de resolver um monte de pendências e contornar alguns obstáculos, consegui ir para a tão esperada viagem. Chegando no aeroporto foi que eu percebi que só tinha mulheres no grupo do Famtur. Dez mulheres e apenas eu de homem. Hehehe. Isso aconteceu porque geralmente quem faz pedido de passagens aéreas são as secretárias dos diretores e presidentes das companhias. E como aqui quem faz o pedido sou eu, eu tive essa sorte. No primeiro dia, eu me senti meio inibido, mas no segundo eu já tava à vontade com as meninas.

Assim que cheguei, no aeroporto de Congonhas, quem apareceu pra me ver: a Rosângela. Ela falou: "Ailton?". E eu disse "sim..?" Fiquei olhando pra ela por uns segundos e falei: "Rosângela!". O ruim foi que eu só tive tempo de conversar com ela por uns dois minutos. Tinha que seguir o mulherio para o Hotel Ibis Congonhas. Mas qual não foi minha surpresa que ao chegar lá no Hotel, minutos antes de almoçar, lá estava ela de novo. Hehehehe.. Aí tive mais tempo de conversar com ela um pouco mais. O tempo foi meio cruel pra mim. Tudo muito corrido. Pena ela não ter podido ir para o encontro com o Renato e o Tiago lá no CineSesc. Aí ela estaria nas fotos e tudo mais. Não foi dessa vez.

Bom, próximo passo foi conhecer as instalações da TAM. Afinal, a gente estava lá pra fazer principalmente isso, né? Foi a tarde inteira conhecendo a empresa. Chegou a ser cansativo, mas deu pra aprender bastante coisa. À noite fomos pra outro Hotel chique, o InterContinental, pra um desses jantares de duas horas, com pratos sofisticados, entrada, prato principal e sobremesa. Foi legal, mas eu estava preocupado com o dia seguinte. Queria mesmo me encontrar com o pessoal da lista e queria ver pelo menos um filme.

Ainda bem que deu tudo certo. As meninas foram fazer compras na 25 de março ou em outro desses lugares lotados de gente querendo gastar dinheiro e eu fui me encontrar com o Renato para uma sessão de PIANO BLUES, às 13h30 no CineSesc. Tinha confirmado de manhã com o Tiago e ele confirmou a presença também.

Peguei ônibus e metrô pra chegar lá. Acho que acabei pegando o caminho mais longo, mas tudo bem. Estava mesmo com saudade do metrô da cidade. Adoro aquilo ali. Cheguei lá ao meio-dia.

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PIANO BLUES



Assim que cheguei só tinha uma moça na fila. Perguntei a ela que horas a bilheteria iria abrir e ela falou que 12h30 abriria. Fiquei esperando pelo Renato lá. Quando a fila começou a se formar, fui lá pegar o meu lugar. Acontece que deu problema no computador da bilheteria e só depois de uma hora foi que decidiram liberar os ingressos através de bilhetes manuais, daqueles antigos, com as palavras meia e inteira impressos. Achei uma estupidez eles só decidirem isso de última hora. A essa altura a fila já estava enorme, formou-se outra fila, uma confusão começou, uma moça que estava atrás de mim na fila passou mal e desmaiou e uma velha cara-de-pau tomou a minha frente pra furar a fila. Não falei nada porque eu respeito os mais velhos. Heheeh. Quando o Renato chegou a confusão estava perto de começar.

O filme do Clint Eastwood é um documentário que faz parte de um projeto produzido por Martin Scorsese sobre blues. Eastwood ficou com a parte do blues tocado no piano. Ele entrevista alguns músicos. O mais famoso é Ray Charles. Muito simpático. Gostei de ver ele dando aquelas gargalhadas e dizendo que o Clint está por dentro. Hehehe. Outros blueseiros menos conhecidos deram depoimentos e imagens raras de apresentações antigas apareceram. Achei interessante o pianista pobre que achava pianos quebrados no lixo, consertava e aprendia a tocar mesmo quando algumas teclas não funcionavam. O documentário é bom, mas depois de uma hora fica meio cansativo. Foi exibido em vídeo betacam.

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Saímos do cinema quando acabou o filme, eu comprei o catálogo da Mostra e recebi um livrinho de presente do Renato - "O Inventor da Solidão", de Paul Auster. Ele tinha me sugerido esse livro quando estava de promoção por 5 pilas na internet e eu não pude comprar. Acabei ganhando de presente. Bom, né? Eu já disse isso pra ele, mas não custa repetir: o Renato é amigo pra vida toda.

Aguardamos o Tiago chegar com a Denise, sua simpática namorada (agora eu sei porque ele vive sempre dizendo "eu te amo" pra ela em seu blog, ela é mesmo uma simpatia); assim como o Hugo, primo do Renato, também acompanhado com sua dama.

Fomos tirar umas fotos num shopping próximo e foi tudo muito rápido. Achei que o tempo estava sendo injusto comigo. Bom, o Tiago e o Hugo tiveram que ir e fui com o Renato pra uma dessas lojas que vendem divx e vcd. Comprei os vcd's de WRONG TURN e KEN PARK. Ainda não sei como é a qualidade dos disquinhos. Espero que seja boa. Estou ansioso pra ver, mas ao chegar em casa, não consegui instalar a fiarada toda de tv a cabo, dvd e videocasssete que tinha sido removidos com a reforma do quarto. Já pedi ajuda a um amigo pra hoje à tarde ir lá ver. Estou com os dedos cruzados. Tomara que tudo volte a funcionar normalmente.

Bom, tive que ir embora. Corri pra pegar o ônibus. Aliás, Renato, diga pro Hugo que a dica do ônibus foi perfeita. Cheguei lá no hotel em menos de vinte minutos. Perfeito. Diga pra ele que eu estou muito agradecido.

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Cheguei no hotel e fui com as meninas pra peça de teatro no Centro Cultural Banco do Brasil. Chama-se ESTRELAS NO ORINOCO. É uma peça interessante sobre duas mulheres que ficam sozinhas num barco à deriva. Uma é pessimista e outra otimista. Não fiquei muito entusiasmado não, mas é uma peça legal.

Depois disso, teve jantar, visita a outro hotel, e em seguida, fui com cinco das meninas conhecer a noite de São Paulo. Fomos para um barzinho com banda ao vivo e espaço pequeno para dança, lá em Itaim Bibi. É meio caro, mas valeu a pena. 30 reais de consumação e 5 reais de couvert. Os 30 de consumação só deu mesmo pra três doses de red label. Ah, como é bom uísque bom. Nada de dor de cabeça, que eu geralmente sinto quando tomo cerveja. Tenho impressão que isso acontece com bebidas fermentadas.

Aí pronto. Voltamos às 3 da manhã, acordamos domingo cedo e fomos embora rapidinho. Fiquei com saudade do hotel cinco estrelas. Nunca estive num lugar tão chique. Hehehe. Cometi algumas gafes com o cartão que acende as luzes do apartamento, mas tudo bem. Na tv de 29 polegadas tinha tv a cabo com um monte de canais. Vi um trecho de PSICOSE, do Hitch, no Telecine e um programa com o Los Hermanos no Multishow. O Marcelo Camelo falando que gosta de Kelly Key foi muito engraçado. Aí cheguei a me emocionar de novo ao ouvir "Canção pra Iaiá". Lembrei da emoção que foi ouvir pela primeira vez o "Bloco do Eu Sozinho".

Bom, acho que é só isso mesmo que tenho pra contar. O relatório já está enorme.

Valeu!



O Renato



A Denise

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