domingo, agosto 28, 2016

NERVE – UM JOGO SEM REGRAS (Nerve)



A ideia do filme, baseada em um romance de Jeanne Ryan, é até interessante e poderia ter rendido melhor, mas infelizmente NERVE – UM JOGO SEM REGRAS (2016) se perde ao longo de sua narrativa e conclui de maneira pouco satisfatória, embora possamos vê-lo até com certo prazer, graças, principalmente, ao carisma do par central, vivido por Emma Roberts e Dave Franco.

Quem gostou do trabalho da dupla Henry Joost e Ariel Schulman em ATIVIDADE PARANORMAL 3 (2011), o melhor filme da franquia, pode até ter ficado com uma ponta de expectativa positiva com o novo trabalho, que de certa forma não se distancia tanto assim da febre dos filmes de found footage, que assolou principalmente o gênero horror ao longo dos últimos anos. Isso porque a câmera como elemento consciente está presente no novo trabalho da dupla, ainda que de maneira diferente, dentro de uma estrutura mais convencional.

O filme nos apresenta a Vee (Roberts), uma moça tímida que costuma ficar na dela e sofre bullying da amiga Sydney (Emily Meade), uma garota que gosta de se mostrar e por isso adere como jogadora no jogo sensação daquele ano de 2020, o Nerve, em que as pessoas que assistem acompanham os jogadores, que devem chamar o máximo da atenção da maior parte da audiência, a fim de ganhar mais pontos e um bom dinheiro no banco.

O jogo não deixa de lembrar um pouco a sede de curtidas nos facebooks e youtubes da vida dos dias atuais. Logo, envolve uma carência de atenção por parte de quem se aventura a se mostrar para o mundo. Como o jogo é uma espécie de truth or dare mais radical, logo, no começo, somos pegos de surpresa com a Sydney fazendo uma pequena ousadia, que deixa Vee de boca aberta.

Mal sabe ela que, em poucos minutos, ela mesma ganhará impulso para ser também uma jogadora do Nerve, encontrará um sujeito que lhe despertará certo fascínio (Franco), e fará coisas muito mais ousadas do que sua amiga. Uma pena que, à medida que a brincadeira vai ficando mais pesada, mais o filme vai se tornando menos atraente, com uma trama que vai perdendo o interesse de modo crescente. Talvez um pouco mais de criatividade por parte dos diretores e da roteirista Jessica Sharzer pudesse salvar o filme. Do jeito que ficou, merece mesmo o esquecimento.

Além do mais, em um tempo em que o terror gerado pela tecnologia se mostra de forma tão brilhante em uma série de televisão (BLACK MIRROR), temos mesmo que ser pouco tolerantes com quem apresenta um resultado bem inferior na telona.

Nenhum comentário: