sexta-feira, agosto 26, 2011
QUATRO CURTAS
Vou ter que ser objetivo, pois o tempo urge. Recentemente vi esses quatro curtas e vou tentar comentá-los rapidamente. Os curtas de Rohmer e Allen são curtinhos mesmo. Entre dois e quatro minutos de duração, cada. Os outros têm aproximadamente vinte minutos de duração.
THE HOUSE IS BLACK (Khaneh Siah Ast)
Um filme difícil de assistir, THE HOUSE IS BLACK (1963, foto acima) mostra uma colônia de leprosos no norte do Irã. A diretora é a poeta Farugh Farrokhzad, autora de um poema que inspirou Abbas Kiarostami em seu O VENTO NOS LEVARÁ. O grande mérito do filme é a contraposição das imagens tristes dos leprosos tentando sobreviver e a narração da própria diretora, que inclui trechos do Antigo Testamento e do Alcorão, geralmente palavras de agradecimento. O que torna tudo ainda mais doloroso. É quase como um tapa na nossa cara, pois se um grupo de pessoas que perdem os dedos, o nariz, a visão e tudo o mais e ainda assim se reúnem para agradecer por suas vidas, imagina como não ficamos. Há também trechos de poemas da diretora e uma narração de um homem que oferece uma visão mais científica da doença, ao afirmar que não é hereditária e que tem cura. A obra é considerada como a grande precursora do cinema iraniano contemporâneo.
NEGÓCIO DE ARROMBA (Big Business)
Meu interesse em ver este curta da dupla O Gordo e o Magro foi mais pela presença de Leo McCarey nos créditos. No IMDB, ele aparece como um dos diretores, mas nos créditos do filme, ele é apenas assistente. De qualquer maneira, NEGÓCIO DE ARROMBA (1929) é bem divertido e já mostra a boa química da dupla Stan Laurel e Oliver Hardy na época do cinema mudo. Neste pequeno filme, eles trabalham vendendo árvores de natal de porta em porta. Humor físico e destruidor dos bons.
BOIS TON CAFÉ
Este curta de Eric Rohmer não teria sido visto por mim se não fosse o diretor. BOIS TON CAFÉ (1986) é uma espécie de videoclipe que mostra um casal em momentos de intimidade matinal. Pareceu-me diferente de tudo que eu já vi de Rohmer. Eu acreditaria mais se fosse um curta de François Ozon. De qualquer maneira, o pequeno musical tem o seu charme, graça e sensualidade.
SOUNDS FROM A TOWN I LOVE
É a cara de Woody Allen, mas uma pena que é curto demais. Foi realizado imediatamente após os ataques de 11 de setembro, como uma declaração de amor do cineasta a Nova York. Mostra um grupo de pessoas passeando pelas ruas da cidade com seus celulares, falando de problemas corriqueiros, bem próximos das neuroses tão familiarmente vistas nos filmes de Allen. SOUNDS FROM A TOWN I LOVE (2001) serve mais para dar vontade de ver outro trabalho do diretor, mas acredito que na época de sua realização deve ter deixado muito novaiorquino emocionado.
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