segunda-feira, agosto 15, 2011

SUPER 8



Em seu terceiro filme para cinema, J.J. Abrams mostra que tem mantido o seu padrão de qualidade. Mas uma coisa que parece comum entre esses três trabalhos é a falta de originalidade, ou melhor, o fato de serem derivações ou continuações de projetos alheios. Foi assim com MISSÃO: IMPOSSÍVEL III (2006) e com STAR TREK (2009). O mesmo pode ser dito de SUPER 8 (2011). Por mais que desta vez seja uma história "original", há fortes ligações com E.T. – O EXTRATERRESTRE e OS GOONIES, além de ligações óbvias com uma criação sua, a série LOST.

Ainda assim, trata-se de um filme bem bonito, estilo "diversão para toda a família", como as citadas produções de Steven Spielberg. SUPER 8 também pega pelo coração aqueles que gostam de cinema, ao acompanhar um grupo de pré-adolescentes que procuram fazer o seu próprio filme de zumbis. O fato de o filme se passar no final da década de 1970 e não nos dias atuais ajuda a dar um ar mais romântico à tecnologia utilizada para captar as imagens. As atuais câmeras digitais banalizaram um pouco a apreensão das imagens.

Os garotos são o elo de identificação com o espectador, principalmente o garotinho Joel Courtney, que faz o personagem Joe. Ele é filho de um policial e carrega consigo a falta da mãe, que morreu num acidente. Algo mais próximo de uma família que ele encontra está na casa do amigo gordinho Charles. Ambos se apaixonam por uma bela garota da escola, Alice, interpretada por uma cada vez mais brilhante Elle Fanning. Elle já começa arrasando em sua primeira aparição, dirigindo um daqueles modelos de carros setentistas que os mais saudosistas adoram.

Ela é a única garota convidada a participar das filmagens do filminho caseiro dos meninos. E é durante uma das gravações que acontece o estranho acidente de trem que tem ligação direta com uma enigmática criatura que demorará a aparecer na tela. Observa-se que Abrams copiou direitinho algumas características de Spielberg: a família incompleta, a criatura que só se mostra aos poucos e o clima quase apocalíptico que se instaura na cidade, que lembra GUERRA DOS MUNDOS.

Os efeitos especiais são ótimos, como não poderia deixar de ser para uma produção de Spielberg, mas o melhor do filme mesmo é o seu lado humano, saudosista e romântico – as sequências em que Joe e Alice estão juntos são sempre especiais. Ainda assim, se for para botar defeito no filme, eu diria que faltou mais emoção. Pelo menos as cenas que são mostradas durante os créditos de encerramento são bem divertidas e ajudam a equilibrar um pouco o sentimento de decepção que o espectador pode sentir no final.

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