segunda-feira, dezembro 28, 2009

MAD MEN - 1ª TEMPORADA (Mad Men - Season One)























Depois de tantos elogios, acabei me rendendo: resolvi conferir a primeira temporada de MAD MEN (2007). E posso dizer que fui fisgado mais rapidamente do que quando comecei a ver FAMÍLIA SOPRANO. A comparação se dá principalmente pelo fato de Matthew Weiner, o criador de MAD MEN, ter trabalhado na série dos mafiosos de New Jersey como roteirista e como produtor executivo. As tramas se passam na Nova York de 1960 e os personagens em foco são os publicitários da época e as pessoas ligadas a eles.

A série nos leva a um tempo onde os costumes e os valores eram bem mais estranhos do que eu supunha. O fato de praticamente todos fumarem muito é algo que chama a atenção de imediato. Inclusive, logo no primeiro episódio começa-se a cogitar a possibilidade de que o cigarro causa câncer. Beber uísque em pleno local de trabalho como se bebe água também me pareceu bem estranho. A figura principal da série é Don Draper, um publicitário de cargo importante que tem um passado misterioso. Nem mesmo sua esposa, a adorável Betty Draper, sabe de seu passado, guardado a sete chaves e só revelado aos poucos ao longo da temporada. A fragilidade e o amor devotado de Betty a Don são uma das coisas que eu mais gosto na série. Há um episódio, em especial, que me deixou encantado, quando ela fala para o marido o quanto espera todos os dias pelo momento de fazer amor com ele.

O segundo nome dos créditos é dado à atriz que faz a personagem Peggy Olsen, secretária de Don. Ela é pouco simpática para alguém que deveria servir de porta de entrada para o espectador. Acho isso um dos problemas da série. Enquanto isso, alguns coadjuvantes ganham importância, ainda que apareçam pouco. Caso de Joan, a secretária gostosa e arrogante que tem um caso com um dos sócios da companhia. A superficialidade e vulgaridade dela no começo incomoda, mas depois ela vai ficando encantadora, talvez por ser bonita e sensual. Aliás, é impressionante como a ruiva fica mais bonita a cada episódio, com seus olhos expressivos e ar enigmático. Ela é um exemplo de mulher independente da época, que tem uma moral bem distinta das que ficam em casa cuidando do lar, enquanto o marido trabalha. Pete Campbell é outro personagem importante. Começa e termina a série como o sujeito mesquinho e capaz de jogar sujo para subir na vida.

O pano de fundo político destaca principalmente as eleições presidenciais: Nixon versus Kennedy. No aspecto social, vemos a contracultura ameaçando a aparente paz e ordem da sociedade americana, ainda de maneira tímida, através da cena de Midge - amante de Don - e seus amigos beatniks. Naquele tempo, os negros ainda ocupavam cargos de menor status na sociedade, como ascensoristas de elevador, por exemplo. O tratamento dado às mulheres é ainda mais incômodo, mas já se percebe que havia aquelas que se comportavam de maneira mais independente e agressiva no trabalho e nos relacionamentos. Caso de Rachel Menken. Ela é uma das adoráveis mulheres de Don. Eis um cara de sorte. Talvez a ideia seja mesmo fazer com que nós queiramos estar em seu lugar.

Assim como FAMÍLIA SOPRANO, cada episódio tem um tratamento especial e poderia ser comentado separadamente. Alguns deles são bem admiráveis. Pode ser que no próximo ano, quando começarem a exibir a quarta temporada da série, eu já tenha visto as outras duas. Pelos comentários entusiasmados dos espectadores, a série melhora a cada temporada e os vários prêmios obtidos são mais do que merecidos.

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