terça-feira, novembro 12, 2002

DÍVIDA DE SANGUE (Blood Work)

Clint Eastwood parece vinho bom. Quanto mais velho, melhor. Nos últimos filmes ele já estava brincando com o fato de estar velho (OS IMPERDOÁVEIS, COWBOYS DO ESPAÇO e NA LINHA DE FOGO, esse não dirigido por ele). Mas com esse ele levou a situação ainda mais longe. Ele é um detetive aposentado que sofreu um enfarte e fez transplante de coração. A irmã da moça que morreu, e de quem Clint recebeu o coração, pede a ele para voltar à ativa e pegar o safado que matou a irmã dela. É uma pena que pouca gente está indo prestigiar essa maravilha. O filme é uma delícia de assistir. É um prazer ver Clint pegando um trabuco e chutando bundas. Mesmo estando velhão. Tem uma cena belíssima que é quando a moça mexicana fala pra ele não esconder a marca da cirurgia, e os dois transam e tal. Muito bom. Só o final que eu matei (ou pelo menos suspeitei) logo na segunda vez que aparece o personagem. Ainda assim imperdível.

O ARTICULADOR (People I Know)

Se Al Pacino não está tão velho quando Clint, ele parece bem mais cansado. Mas isso é porque no filme ele é um cara que tá fudido da saúde, se enche de drogas pra dormir ou acordar. Isso porque sua profissão o escraviza. Ele é um assessor de eventos. Em sua profissão ele tem que contatar pessoas importantes para vários eventos políticos ou artísticos. Numa noite, ele conhece a personagem de Téa Leoni, uma junkie que o leva para lugares onde ricaços usam ópio. Pena que ela aparece pouco. Outra que aparece pouco é Kim Basinger, a personificação da salvação para Pacino. O final me fez lembrar a obra-prima O PAGAMENTO FINAL, do DePalma. O problema do filme é ser um pouco cansativo, mas vale a pena dar uma conferida. Principalmente por ele ser bem perturbador.

FUGA PARA A VITÓRIA (Victory / Escape to Victory)

Filme curioso de John Huston. A curiosidade vem do fato de o filme ter no elenco Pelé e Sylvester Stallone jogando futebol. Engraçado que quando eu era criança ouvia falar muito desse filme, pela turma que curtia futebol. Aí ele foi exibido em junho desse ano no canal Mundo e só agora eu vim assistir. Não é lá um grande filme (John Huston fez outros beeem melhores), mas mantém o interesse até o fim. Principalmente porque a trama envolve fuga de prisioneiros de um campo de concetração. E eu normalmente gosto de "filmes de prisão". No filme, Michael Caine é o treinador do time dos aliados que vai competir com os nazistas num jogo de futebol. Pelé está ridículo no filme. E cada vez que ele aparece e fala alguma coisa, dá vontade de rir. Heheheh.. Mas Stallone está bem. Outro destaque do filme é o final surpresa.

PALÁCIO DOS ANJOS

E finalmente o melhor filme do fim de semana: PALÁCIO DOS ANJOS (1970), do grande Walter Hugo Khouri. O Aguilar quando gravou a fita pra mim falou que considera esse o melhor filme de Khouri. Eu acho que concordo com ele, mas quando penso em NOITE VAZIA(1964) e EROS - O DEUS DO AMOR(1981), fico em dúvida. Mas esse é realmente um filme especialíssimo. Se Khouri já capricha no elenco feminino naturalmente, nesse filme, então, é uma coisa de louco. A atriz principal, linda, é a francesa Geneviève Grad. Fiquei fã dela. (Alguém sabe de algum outro filme fácil de achar em que ela participa?) Mas o elenco ainda tem as beldades Adriana Prieto e Rossana Ghessa. Elas são as amigas de Geneviéve (no filme, Bárbara), que é demitida depois de ser assediada pelo patrão e, com as amigas, começam a ganhar dinheiro fazendo "programas". Esse é o melhor filme que eu vi que trata do assunto da prostituição. Mostra desde o começo: a idéia, as dificuldades, o negócio. E tem sempre aquela coisa bem autoral do Khouri - jazz, closes olhando para o vazio indicando flashback, delicadeza em compor os personagens e diálogos e, é claro, sexo. Obra-prima. Grande Khouri. E valeu, Aguilar!!!

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