sexta-feira, julho 23, 2021

RUA DO MEDO – A TRILOGIA



Sei que minha cisma com a Netflix e com suas várias produções equivocadas que pintam no cardápio pode ser bobagem de minha parte e que, certamente, no meio de tanto lixo, há sim muita coisa boa, inclusive material inédito de cineastas importantes. Falo isso pois poderia muito bem ter deixado passar esta trilogia de filmes de terror, mas meu interesse por eles vem mais da curiosidade pelas homenagens aos filmes slasher dos anos 1970-90 pelo prisma dos anos 2020.

O ponto positivo da trilogia RUA DO MEDO (2021) foi dar destaque maior a mais uma diretora vinda da seara do cinema de horror. Ela havia dirigido um longa-metragem chamado HONEYMOON (2014) e alguns poucos episódios de séries de televisão – curiosamente, uma dessas séries é PÂNICO – A SÉRIE DE TV (2015-2016), uma versão para a televisão da cultuada cinessérie PÂNICO, de Wes Craven. Pela pouca repercussão que teve, imagino que não foi tão bem-sucedida. E há outra série de terror que ela participou chamada PANIC (2021), igualmente esnobada pela minha bolha de amigos cinéfilos.

Falemos um pouco de cada um dos três filmes de RUA DO MEDO, aproveitando textos rápidos que costumo escrever no calor do momento. Os dias atuais não têm me deixado tranquilo o suficiente para me dedicar a textos maiores e mais bem pensados e estudados. É o que temos para hoje.

RUA DO MEDO: 1994 - PARTE 1 (Fear Street – 1994)

Não é um grande filme, certamente, mas o tanto de nostalgia que traz acabou despertando minha simpatia, tanto pelos personagens, quanto pela época em que se passa a trama (foi bom ouvir várias canções dos anos 1990 que foram/são importantes para mim). A história é uma bagunça, mas uma bagunça divertida. No começo, parece se tratar de um filme estilo PÂNICO, uma homenagem aos slashers, mas com um visual mais limpo. Depois, porém, vemos que existe um elemento sobrenatural, que felizmente acaba tornando o filme mais interessante. Gosto do último ato e de como a história se encerra. Ou melhor, se prepara para a segunda parte.

RUA DO MEDO: 1978 - PARTE 2 (Fear Street – 1978)

O segundo filme da trilogia é, de fato, melhor que o primeiro, tanto que chega a dar um pouco mais de sentido à mitologia da bruxa, que no primeiro filme era vista de maneira muito superficial e desinteressante. A tendência seria que isso se aprofundasse no terceiro filme. O maior mérito deste segundo é saber, de início, criar um rosto e um espírito para os personagens principais para, só depois, começar o terror, com a terrível chacina no acampamento, mas também com a tentativa de os protagonistas procurarem pôr um fim à maldição. Destaque para a boa trilha sonora com canções da década de 1970 e homenagens a David Bowie. Do elenco, a jovem Sadie Sink parece promissora.

RUA DO MEDO: 1666 - PARTE 3 (Fear Street – 1666)

É uma pena que esta cinessérie que nos deu esperança na segunda parte (que é um bom filme de homenagem ao subgênero slasher) acabou entregando uma bagunça totalmente sem graça e sem charme nesta conclusão. A primeira parte deste terceiro filme, que se passa em 1666, até dá a entender que o enigma da bruxa será finalmente desvendado. E de certa forma é, mas de uma maneira muito tosca. E quando voltamos para 1994, é inacreditável o quanto a brincadeira de pega-pega sangrenta nos faz desgostar do pouco que a trilogia havia nos ganhado até então, com uma cansativa jornada para encerrar a tal maldição. A certa altura, eu não queria mais entender a lógica deles e só queria que tudo acabasse logo. Aliás, pra que fazer um filme como esse com quase duas horas de duração?

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