quinta-feira, novembro 12, 2020

QUATRO FILMES CLÁSSICOS DE HORROR



Mais um dia sem tempo para escrever para o blog. Vontade de escrever não falta, mas tem que administrar tempo e energia para isso. Então, vamos de textinhos sobre filmes que já vi já faz algum tempo. Alguns eu gostaria muito de tecer considerações mais aprofundadas e refletir sobre eles no calor do momento mas também com ajuda de pesquisa. Como isso está mais complicado e a fila de filmes vistos tem crescido, o que posso fazer é deixar esses textos escritos de maneira rápida e às vezes atrapalhada no meu Letterboxd/Facebook.

O CORVO (The Raven)

Um filme de uma hora de duração me parece atraente. Ainda mais sendo um exemplar da era de ouro dos monstros da Universal, por mais que este aqui já pareça ser menor do que os mais importantes trabalhos realizados por Lugosi e por Karloff. O CORVO (1935), de Lew Landers, é o segundo filme que os dois fizeram juntos, depois do ótimo O GATO PRETO. Este aqui não tem uma história baseada no poema "The Raven", mas utiliza referências soltas e principalmente inspirações de contos de Poe que lidam com a tortura, uma fixação do personagem de Lugosi, o médico louco que desfigura com alegria o rosto do criminoso procurado pela polícia vivido por Karloff. É um filme divertido, mas em alguns momentos do clímax parece mais um movimentado filme da era do cinema mudo, só que com uso de som. Mas tem o seu charme, com certeza.

SINTOMAS (Symptoms)

Sinto que havia no espírito do cinema de horror dos anos 1970 uma espécie de contato maior com a natureza. Até o nosso Khouri fez exemplares do gênero ambientados em casas interioranas. SINTOMAS (1974), de José Ramón Larraz, foi realizado pouco antes de AS FILHAS DE DRÁCULA (1974) e tem uma preocupação muito pequena com plot e bastante com atmosfera. Tanto que a parte mais movimentada do filme demora bastante a acontecer. Antes disso há muito tempo para curtir o som dos pássaros pela manhã, o som da chuva à noite, mas também o medo dos barulhos que se ouvem quando as luzes se apagam e o clima hostil que vai se formando ainda que sutilmente para a personagem Anne. Melhor ver sem saber nada a respeito.

KAIRO (Pulse)

O senso de desorientação da primeira vez que vi KAIRO (2001) persiste na revisão, mas agora me conectei muito mais com o filme, com seu sentimento de solidão imenso. Destacar que a morte é a exponenciação da solidão na terra é perturbador. E o filme lida com isso misturando o horror sobrenatural com um melodrama lindo, auxiliado por uma trilha sonora inspirada. Destaque também para os fantasmas, muitas vezes aterrorizantes (há uma mulher fantasma que me impressionou de fato) e a maneira original de conectar o horror (e a solidão) com uma incipiente internet. A fotografia opaca e os cenários sujos também contribuem para esse clima de desesperança com o mundo. Até fiquei fazendo (novamente) conexões com o cinema de Lynch (CIDADE DOS SONHOS, que é do mesmo ano, principalmente), mas talvez esse tipo de conexão se deva mais pelo fato de eu ter poucas referências orientais, me faltando background. Mas tenho interesse em conhecer mais o cinema do Kiyoshi Kurosawa.

UM GRITO DE PAVOR (Scream of Fear / Taste of Fear)

Ah, os filmes de 80 minutos de duração! Atualmente eles andam mais queridos do que nunca. E este UM GRITO DE PAVOR (1961), de Seth Holt, é redondinho, uma delícia de ver em sua construção de suspense e terror. É um exemplar do quanto PSICOSE se tornou uma referência, já que há aqui também uma trama que não deve ser contada para não estragar as surpresas, como diz em um dos cartazes originais. Na trama, jovem cadeirante volta para a casa do pai na Riviera Francesa depois da morte de sua melhor amiga e passa a ser assombrada por imagens do pai morto. Acho que tem algum furo na história, mas é tão gostoso de ver que, mesmo que tenha, está mais do que perdoado. Pra encerrar: já falei que o filme é uma delícia?

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