domingo, maio 03, 2020

HOMELAND - A OITAVA TEMPORADA COMPLETA (Homeland - The Complete Eighth Season)

HOMELAND já foi considerada a melhor série do ano, já foi a mais premiada. Isso aconteceu na primeira temporada, que até o final da atração ainda é a sua melhor e mais bem-sucedida. Muitos espectadores abandonaram a série aos poucos, alguns já na segunda ou na terceira temporada. Mas eis que acabaram perdendo o caminho de reinvenção que os criadores tomaram a partir de seu quarto ano, ao se desligarem do interesse amoroso e trágico de Carrie Mathison (Claire Danes), o Sargento Nicholas Brody (Damien Lewis). A partir do momento em que cada temporada se tornou uma aventura de Carrie em um país diferente, tudo se tornou melhor.

A oitava temporada de HOMELAND (2020) é especial não apenas por nos fazer dar adeus a uma personagem tão marcante e querida, mas também por representar o fim de uma era, de um momento na história dos Estados Unidos e do mundo, especialmente para os mais afetados pelos ataques bélicos dos americanos, o mundo pós-11 de setembro. Agora vivemos uma outra realidade e possivelmente em breve teremos uma série marcante sobre o mundo durante e após a pandemia.

Na época que HOMELAND surgiu muitos a compararam a 24 HORAS, que foi uma série que foi criada antes dos eventos do 11 de setembro, foi finalizada em julho de 2001, e que até teve sua estreia retardada por causa dos eventos. Ou seja, embora estivesse em sintonia com aquele momento, não foi pensada à luz da situação então presente. Podemos estabelecer elos de ligação entre Jack Bauer (o herói de 24 HORAS) e Carrie Mathison: ambos se tornarem muitas vezes foras-da-lei por contrariarem ordens de seus superiores e ambos passaram muito tempo sendo torturados pelos russos.

Inclusive, a oitava temporada começa com Carrie de volta, depois de se privar de seus remédios e do período nebuloso e perturbador de tortura nas mãos dos inimigos. Ela representa também uma espécie de mártir ou algo parecido para alguns membros do governo americano, inclusive para o Presidente. Ainda em tratamento em um clínica psiquiátrica na Alemanha, é chamada para uma nova missão por seu amigo e mentor Saul Berenson (Mandy Patinkin), agora conselheiro do Presidente da República. Saul é um dos personagens mais queridos da série, por ser a pessoa que melhor entende Carrie, e que também melhor admira sua capacidade singular de resolver situações extremamente complicadas com muita inteligência.

Esta temporada não explora a Carrie "louquinha", a Carrie privada de seus remédios. E mesmo ainda em tratamento na base da CIA na Alemanha, ela recebe essa missão para ir ao Paquistão, já que o governo americano não consegue por conta própria e oficialmente resolver uma situação. Saul está tentando um acordo de paz entre os talibãs e o governo do Afeganistão. De volta ao Oriente Médio, portanto. Mas com um porém: há a dúvida de que ela possa ter comprometido o governo americano durante os sete meses que ela esteve sob julgo dos russos, ter contado algum segredo de Estado. E aí entra em cena um personagem muito interessante, o agente russo Yevgeny Gromov (Costa Ronin), que pode ser tanto um inimigo perigoso para ela como um aliado, dependendo da situação.

Não adianta resumir em detalhes a trama, pois, como muitas narrativas de espionagem, ela vai ganhando mais camadas. O fato de estarmos diante da temporada de despedida de HOMELAND é que faz a diferença, já que podemos esperar até mesmo uma morte de sua protagonista, ou de Saul. E já posso adiantar que há pelo menos um momento doloroso envolvendo um dos dois. Ou os dois.

Mas gostei muito de como os roteiristas e criadores montaram a trama envolvendo um agente infiltrado no governo russo para interesse dos americanos e de como Carrie é encurralada e procura agir de acordo com o que acredita ser a coisa certa a fazer, seja para salvar um companheiro preso por terroristas, seja para evitar uma guerra de grandes proporções. E o final é memorável o suficiente para que possamos lembrar com carinho desta série. E inclusive, infelizmente, ter até saudade de um momento que foi mais fácil para o mundo do que este que se iniciou recentemente.

+ TRÊS THRILLERS

SERGIO

Se a Netflix continuar despejando filmes medíocres como este a minha cisma com a empresa vai continuar. Aqui o que me chamou mais a atenção foi Wagner Moura e também Ana de Armas. Aliás, acredito que se não fosse por ela o interesse pela narrativa seria nulo. Toda a parte envolvendo a política de diplomacia é bem chata. A montagem ajuda um pouco, alternando dois tempos, um mais passado, no Timor-Leste, o outro em Bagdá. E dentro da narrativa o que dá cor e interesse é mesmo o romance do casal de atores. Gosto também da multiplicidade de línguas, embora na primeira metade do filme eles usem só o inglês. No mais, nem para enaltecer a figura de Sérgio Vieira de Mello o filme é bem-sucedido. Direção: Greg Barker. Ano: 2020.

CULPA (Den Skyldige)

A última sessão de cinema (no cinema) em 2018 foi este filme dinamarquês que se passa totalmente em uma locação, apenas com um homem ao telefone, e que consegue envolver do início ao fim, embora eu não tenha gostado tanto da conclusão. Ainda assim, é uma mostra de que é preciso pouca grana mas algum talento para fazer um filme decente. Acho que foi pré-indicado a filme estrangeiro no Oscar. Direção: Gustav Mölleer. Ano: 2018.

HOTEL ARTEMIS

Filme ao mesmo tenso e agradável sobre um grupo de criminosos que se encontra em um hotel que na verdade é um hospital para atender foras da lei. Que bom ver o Sterling K. Brown brilhando também no cinema. Ainda mais com tanta gente boa no elenco, como uma envelhecida Jodie Foster e uma francesa ninja sexy. Direção: Drew Pearce. Ano: 2018.

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