domingo, agosto 28, 2011

AMOR A TODA PROVA (Crazy, Stupid, Love.)



Steve Carell deve demorar ainda um bocado para se livrar da sombra do personagem Michael Scott (THE OFFICE), mas talento ele tem para fazer tipos diferentes, como já pudemos comprovar em PEQUENA MISS SUNSHINE. Ainda não é o caso de seu papel em AMOR A TODA PROVA (2011), dirigido pelos mesmos diretores de O GOLPISTA DO ANO (2009), Glenn Ficarra e John Requa. Mas em AMOR A TODA A PROVA Carell tem a oportunidade de contracenar com gente boa como Julianne Moore, Ryan Gosling e Emma Stone, e coadjuvantes de peso como Marisa Tomei e Kevin Bacon. Sem falar nos jovens atores: o garotinho que interpreta o filho de Carell e a baby-sitter, que também têm os seus momentos de brilho.

A história é simples e até um pouco manjada, a do sujeito que sofre por causa da separação e dá a volta por cima para reconquistar a mulher. Aqui, a diferença está na presença de um sujeito mais jovem e hábil nas conquistas (Gosling), que aparece como uma espécie de conselheiro para levantar o astral daquele sujeito patético que vai, todos os dias, ao mesmo bar para reclamar da vida e se autoproclamar um corno. Enquanto vemos a subida do homem decadente, vemos a infelicidade da personagem de Julianne Moore, a mulher que tomou a iniciativa de pedir o divórcio. Em paralelo, a trama da jovem vivida pela bela Emma Stone, que se torna a mulher que faz a diferença na vida de Gosling.

O filme tem o mérito de se equilibrar em momentos constrangedores. Não me refiro a situações constrangedoras, como a cena da masturbação, mas a momentos de puro clichê de comédias românticas. AMOR A TODA PROVA consegue manter-se de pé mesmo na cena do discurso do garotinho, por mais embaraçosa que possa parecer. O bonito do filme é que ele assume o amor como estupidez, como quando Fernando Pessoa diz que todas as cartas de amor são ridículas. E é com essa coragem e essa graça, além da boa condução da narrativa, que o filme mantém o espectador interessado nos personagens. Um alívio, diante de tantas comédias românticas bobas da safra recente.

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