terça-feira, junho 21, 2011

GAME OF THRONES – A PRIMEIRA TEMPORADA COMPLETA (Game of Thrones – The Complete First Season)



Quem diria que uma série do gênero épico, que geralmente não me chama a atenção, tenha se tornado para mim a melhor série do ano. E eu estava resistente a vê-la. Estava muito confortável acompanhando os ótimos episódios de THE KILLING nas segundas-feiras. Porém, com tanta gente elogiando GAME OF THRONES (2011) na minha timeline do twitter, não resisti e fui dar uma olhada. Mas não tem como simplesmente dar uma olhada. Uma vez que você assiste dois episódios, você já está completamente fisgado por aquele universo fascinante criado por George R. R. Martin, considerado o Tolkien americano. Aliás, esse era um dos motivos que me faziam torcer o nariz, mesmo sendo fã de "O Senhor dos Anéis" (livros e filmes).

No universo fictício da série o inverno dura muitos anos, com longas e demoradas noites, e o primeiro episódio de GAME OF THRONES chama-se justamente "Winter Is Coming", dirigido por Timothy Van Petten, conhecido de quem acompanha FAMÍLIA SOPRANO. Para um lugar gelado, imagina como pode ser o inverno. A semelhança com "O Senhor dos Anéis" também se dá aí, já que na saga do anel havia também a escuridão cada vez mais tomando conta do mundo. E há também Sean Bean, o Boromir, da trilogia de Peter Jackson. Sem falar que tem um anão que rouba a cena (Peter Dinklage, de O AGENTE DA ESTAÇÃO).

Sean Bean é Eddard Stark, o personagem principal dessa temporada, o rei de um dos sete principais reinos de Westeros, o continente fictício e inóspito onde se passa a história. Ele é chamado para ser "a mão do rei" do principal reino, o que comanda os demais. O rei está gordo e cansado e é casado com uma loira bonita, que faz parte de uma das famílias mais ricas da região. Ela mantém uma relação incestuosa com o irmão e isso desencadeia uma série de ações que desembocam em situações bem trágicas ao longo da história. Paralelamente, há um outro casal de irmãos que pretende tomar o poder, juntando-se a um grupo de bárbaros, semelhantes ao grupo de aborígenes da Nova Zelândia.

Muito provavelmente quem lê os livros fica muito mais familiarizado com os nomes dos personagens e dos lugares, mas a série, em sua bela e emocionante abertura, situa um pouco o espectador que nunca leu ou nunca lerá os livros, mostrando um mapa dos principais lugares da trama. Falar de vários detalhes iria levar muitos parágrafos e poderia até passar uma imagem de que a série é maçante. Longe disso. GAME OF THRONES é a melhor coisa produzida na televisão americana e provavelmente até mesmo no cinema americano em 2011. E muito viciante. Eu vi a temporada completa (dez episódios de uma hora) em quatro dias. É que cada episódio termina com um gancho poderoso, que fisga o espectador, que quer ver logo o próximo.

A HBO não economiza no sexo e na violência, mas não deixa que a série se torne um exploitation vagabundo, como acabou ficando TRUE BLOOD. Ao ver um episódio em que assistimos a um duelo de cavaleiros com lanças, que termina de forma particularmente sangrenta, a primeira coisa que me veio à cabeça foi que GAME OF THRONES é o CORAÇÃO VALENTE da televisão. Mas deu para notar um pouco as restrições orçamentárias quando notamos que as duas maiores batalhas da temporada não são mostradas. Isso não tira os méritos da série de maneira nenhuma. Alguns personagens, com certeza, vão ficar no coração de muitos espectadores e a morte de um deles, em especial, deixou a audiência completamente estupefata ao final de um dos episódios. Agora é esperar para o período entre maio e março de 2012, que é quando estreará a segunda temporada. Que promete muito, a julgar pelo modo tão bem orquestrado como foi finalizado cada arco. Que venha o inverno.

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